Capítulo 56.

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Estava perdida nas páginas do livro, a música me isolando do mundo, me envolvia em uma bolha confortável

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Estava perdida nas páginas do livro, a música me isolando do mundo, me envolvia em uma bolha confortável. Já passava das dez, e o silêncio da casa me envolvia completamente. Spider dormia pesado sobre minhas coxas, o peso leve e o calor dele trazendo uma sensação de tranquilidade. Era uma noite comum — pelo menos, assim parecia.

De repente, um movimento estranho me tirou da concentração. Spider se levantou num pulo, os olhos vidrados na janela, as orelhas erguidas e atentas. Franzi o cenho, tirando os fones, o som da música se distanciando enquanto eu tentava entender o que tinha chamado tanto a atenção dele.

A janela estava fechada, mas Spider insistia, batendo as patinhas no vidro e soltando miados baixos, como se quisesse me alertar. Me levantei devagar, tentando afastar a sensação estranha que percorria meu corpo. Não era o Stalker, sabia disso, ele não fazia cena, e se eu não aparecesse na janela ele me mandava mensagem, ou... invadia o quarto. Cada passo parecia mais pesado, o quarto mergulhado em um silêncio inquietante. Respirei fundo, sentindo a ansiedade crescente, e me aproximei da janela.

Mas, assim que olhei para fora, um alívio percorreu pelos meus ossos, um arrepio intenso que quase me fez sacudir os ombros. Damon, estava parado no jardim, no exato momento em que uma pedrinha acertou o vidro, produzindo um tilintar leve que ecoou pelo telhado. Franzindo o cenho, e abri a janela, jogando a cabeça para fora. Eu não sabia se sentia alívio ou raiva.

O que ele está fazendo aqui essa hora?

— Vamos logo, porra! — ele sussurrou com urgência, quase em um tom de grito abafado.

Revirei os olhos, dei as costas e corri até meu celular, desbloqueando a tela enquanto voltava à janela. Digitei apressadamente, sem nem pensar duas vezes.

Eu: Cala a boca.

Abaixei o olhar para ele e levei o indicador aos lábios, enfatizando para que ficasse quieto. Ele fez uma careta em resposta. A última coisa que eu precisava era que aquela velha acordasse e encontrasse Damon por aqui. Se isso acontecesse, eu já sabia: estaria morta.

Damon: Você é surda? Joguei tanta pedra nessa janela que mais uma ia quebrar.

Eu: O que está fazendo aqui?

Damon: Vem logo.

Eu: Ficou doido?

Damon: Vem logo.

Eu: Damon, já são quase onze horas.

Damon: E daí? Sai pela janela, eu te pego.

Eu: O quê? Nem pensar.

Damon: Então eu vou tocar a campainha.

Eu: NÃO.

Arregalei os olhos e lancei a ele um olhar fulminante de advertência.

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