Capítulo 57.

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Quando ela sorri, é como se o mundo inteiro entrasse em câmera lenta

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Quando ela sorri, é como se o mundo inteiro entrasse em câmera lenta. Não vejo mais nada, não penso em mais nada além daquele sorriso que me desmonta completamente. É lindo demais. Um sorriso que faz meu peito doer. E ela tem essa coisa de franzir o nariz quando ri, um gesto sutil e involuntário, quase imperceptível, mas que me deixa louco.

É tão natural, tão genuíno, que me faz querer parar o tempo só para poder vê-la fazer isso de novo e de novo. Acho que ela nem percebe, e isso a deixa ainda mais bonita, porque nada é forçado, tudo é autêntico. É dela. Meu coração martela no peito com uma força absurda, e a única coisa que consigo pensar é em como tudo parece certo quando ela sorri daquele jeito. É uma beleza crua, sem disfarces, que me destrói por dentro.

Porra, ela me faz sentir coisas que eu ainda não sei se são boas ou ruins, para mim ou para ela, um calor que percorre meu corpo inteiro e me faz querer puxá-la para mais perto, só para ter certeza de que é real, de que não estou sonhando. Já tive esse sonho um milhão de vezes, e quando acordo e percebo que ela não está comigo, nada explica o vazio que sinto. O ódio que me consome.

Mas ela está aqui, real, e tudo ao redor parece uma distração insignificante diante dela. Tantos detalhes e eu não queria perder nenhum...

Já havíamos descido da roda-gigante, o vento gelado lá em cima se tornando demais para nós. Nossos moletons e os corpos colados não bastavam para segurar o frio. Caminhamos um pouco até o centro do parque, onde uma fonte ficava. Ela era alta, a base devia ter 1,5m, devia ser proteção pras crianças não pularem na água. No topo, uma estátua enorme de um palhaço sorridente, que um dia foi a principal atração. Que coisa idiota. Quem preferia um palhaço a uma montanha-russa?

A fonte estava desligada, claro, agora era apenas concreto sujo e esquecido. Angel se sentou na borda da fonte, e eu me posicionei entre suas pernas, me escorando a base da coluna contra a fonte, esticando as pernas a frente, enquanto ela me abraçava por trás. Eu poderia ficar assim para sempre e não reclamaria. Traguei meu cigarro, sentindo a tontura leve enquanto ela falava, sua voz suave invadindo meus ouvidos. Mas eu mal conseguia acompanhar; se eu me virasse e a olhasse, sabia que não ouviria nada.

— Damon, eu não acredito na sua história da Lucy — ela disse, segurando minha cabeça com as mãos e me puxando para trás, obrigando-me a deitar em seu ombro.

Soltei um riso, meus olhos encontrando os dela.

— Então por que ficou com tanto medo?

— Eu não fiquei com medo — ela rebateu, seus lábios a centímetros dos meus, os olhos brilhando. — Você só me assustou. Não estava preparada.

Eu não conseguia pensar. Não quando ela estava assim, tão perto.

— Mas eu sei de uma coisa... — Angel começou, sua voz abaixando para um sussurro.

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