Capítulo 50.

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Meus olhos deslizaram lentamente pelo corpo dela, sendo atraídos pela sua mão direita, guardando o canivete no bolso traseiro

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Meus olhos deslizaram lentamente pelo corpo dela, sendo atraídos pela sua mão direita, guardando o canivete no bolso traseiro. Pequeno, ágil, fácil de esconder, fácil de sacar. Mas Angel ainda não sabia como usá-lo. Foi incrivelmente fácil arrancar daquelas mãozinhas delicadas. Sorri por trás da máscara. Ela não fazia ideia de como estava vulnerável.

Coloquei as mãos no bolso canguru do moletom, após ajustar o capuz quando o vento tentou puxá-lo para trás. Respirei fundo, quando uma pequena brisa bateu nela, tentando inalar todo o perfume suave que vinha. Meus dedos pinicavam de vontade de tocar o cabelo dela.

Enquanto caminhávamos pela lateral da casa, ela se virou de uma vez, quase pisei nela caralho. Parei, encarando-a de cima, seus olhos fixos nos meus. Ela ficou só me olhando, e eu retribui observando todos os detalhes.

O jeito como seu corpo enrijeceu por um segundo antes de se recompor, o leve tremor na respiração que ela tentou controlar. O desejo de parecer destemida, corajosa, mas o brilho de incerteza em seus olhos me entregava tudo. Eu sabia mais do que ela gostaria que eu soubesse.

— Por que a máscara de caveira? — Ela piscou duas vezes, fingindo inocência, achando que eu não notaria suas tentativas de parecer despreocupada.

Fiquei em silêncio, seus dedinhos distraídos acariciavam Spider, tentando manter a aparência despreocupada.

— Por que não tira?

Não conseguia não notar todos os detalhes, desde o leve arco de suas sobrancelhas até a maneira como ela umedecia os lábios inconscientemente, esperando pela resposta. Eu continuei em silêncio.

Vamos, Angel. Você já sabe o porquê. Pergunte algo que realmente importa.

— Você é feio? Tipo, tudo bem de alguma forma todas as pessoas são bonitas mas... as vezes você se acha feio. — Ela provocou, a voz baixa, os olhos se estreitando enquanto tentava sondar minhas intenções.

Soltei uma risada abafada. Boa tentativa.

— Então, é velho? Eu não sei se curto caras mais velhos, pelo menos nunca me interessei por um... ainda. — Ela insistiu.

Pronto. Mais essa agora. Cerrei a mandíbula com força, mas continuei quieto. Ela inclinou o corpo levemente para trás, tentando manter a distância, mas eu ainda podia sentir o calor dela daqui. Podia sentir o ritmo acelerado de seu coração, mesmo que ela tentasse disfarçar.

— Agora perdeu a língua? — O tom debochado, as sobrancelhas arqueadas, ela queria me desafiar.

Meus olhos se estreitaram, e dei um passo em sua direção. Ela recuou imediatamente, seus olhos vacilando, mesmo que apenas por um segundo. O jeito como sua respiração acelerava só um pouco, o leve rubor que subia pelo seu pescoço...

Angel, Angel... você não é tão corajosa como gostaria.

Avancei mais um pouco, e ela recuou com um passo mais largo, seus olhos arregalaram e o corpo ficou tenso em alerta máximo. Mas não parei. Dei mais um passo à frente e, num movimento rápido, agarrei seu rosto com as duas mãos. Angel soltou um suspiro audível, e logo em seguida prendeu a respiração, como se o tempo ao nosso redor tivesse congelado. O medo e a tensão estavam nítidos nos olhos dela.

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