Capítulo 30.

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Mal consegui dormir noite passada

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Mal consegui dormir noite passada. Por mais que eu tenha tentado afastar a lembrança dele, o maldito perfume ainda estava impregnado nos lençóis, nos travesseiros, como se ele tivesse marcado território. Eu rolei de um lado para o outro, a pele suada de frustração, o desejo crescente cada vez mais difícil de ignorar.

O pior de tudo foi o tempo que passei lutando comigo mesma, tentando afastar a lembrança dele — mas no fim, me rendi de novo. Com o coração disparado e o rosto afundado no travesseiro, usei a porra dos meus próprios dedos. Me odiei por cada segundo em que meus pensamentos o trouxeram para mais perto, substituindo minha própria mão pela sensação de como seria a dele.

E, depois de um tempo, exausta e ainda mais irritada, caí no sono. O cheiro dele se tornou um conforto perturbador, como um fantasma sussurrando promessas que ele nunca faria questão de cumprir. Me peguei imaginando... Se ele estivesse aqui. Se ele estivesse comigo, se ele invadisse esse espaço como tem invadido minha mente.

Se, depois de me beijar, de usar meu corpo e consumir cada pedaço de mim, ele ficaria? Ou seria um idiota, como sempre é, me deixando sozinha como faz com as outras? Me perguntei se ele era mesmo tão ruim assim. Porque, no fundo, uma parte de mim queria acreditar que ele poderia ser diferente.

Eu não quero ser usada. Não por ele. Mas ele está me enlouquecendo de uma forma que nunca me senti antes. Sinto que, se ele me pressionar só um pouquinho mais, vou acabar cedendo. E me arrependendo imediatamente depois.

Hoje, sexta-feira, nossa turma não teve aula. O time de basquete tem um jogo importante na cidade vizinha, e a administração do colégio decidiu nos "presentear" com uma viagem a um resort para passar o fim de semana. Kiara não precisou insistir muito para me convencer a ir. Eu já queria — não por causa do lugar, mas pela oportunidade de escapar.

Um fim de semana longe de casa, longe de Adeline e, principalmente, longe de Norma. Longe de toda essa merda.

Quando acordei de manhã, empacotei minhas coisas rapidamente e fiquei pronta antes mesmo de Michael chegar para me buscar. Ele estacionou na frente de casa, buzinando com impaciência. Subi no carro e nos dirigimos até o colégio, onde nos encontrávamos com o restante da turma. Com as malas organizadas no bagageiro do ônibus, partimos.

A viagem durou cerca de uma hora e meia, cada minuto se arrastando enquanto o ônibus passava por estradas ladeadas de árvores e pequenos trechos de cidade. O resort, distante uns quinze minutos da zona urbana, ficava em um vale cercado por colinas verdes. Um lugar isolado, tranquilo, e lindo.

Assim que descemos, a visão se abriu para uma imensa construção de madeira com grandes janelas. Havia uma piscina azul-turquesa reluzindo sob o sol e um bosque fechado logo atrás.

As vozes ao redor se misturavam — risos, conversas empolgadas, meninos do time tirando sarro uns dos outros e as garotas discutindo em qual quarto queriam ficar. Kiara estava ao meu lado, enquanto caminhávamos puxando nossas malas, observando cada detalhe do resort.

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