Capítulo 02.

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Acordei com o colchão afundando ao meu lado e senti uma mão grande e reconfortante acariciar meu ombro

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Acordei com o colchão afundando ao meu lado e senti uma mão grande e reconfortante acariciar meu ombro. Sem abrir os olhos, esbocei um leve sorriso, e meu coração se aqueceu. Aquela era a única parte do meu dia em que me sentia verdadeiramente em paz.

— Dormindo tão cedo, minha linda? — a voz do meu pai soou calma e suave, como sempre fazia nas noites tranquilas.

— Estava cansada — murmurei, ainda com a voz sonolenta, enquanto me sentava na cama.

— Sua amiga Kiara está lá embaixo. Disse que você está atrasada — ele fez uma careta, antecipando minha reação à notícia.

— Pai, estou de castigo — arqueei as sobrancelhas, na esperança de que ele me ajudasse. A última coisa que eu queria era ir àquela maldita festa.

— Ah, é verdade! Como pude esquecer? — ele riu suavemente, assentindo. — Posso saber o motivo?

— Sei lá, diz a ela que respondi mal.

— Hmm... o motivo para minha filha não querer ir a uma festa numa sexta-feira... Você é adolescente, filha; é normal querer se divertir um pouco — ele passou o polegar carinhosamente pelo meu ombro.

— Eu me divirto, pai. Leio livros, vejo séries... — dei de ombros.

— Tudo bem — ele sorriu, tranquilo.

Soltei um suspiro de alívio, mas antes que pudesse relaxar, ouvi passos pesados subindo as escadas. A porta do quarto se abriu com tanta força que a maçaneta bateu contra a parede.

— Ah, não... — murmurei, jogando-me de volta na cama e cobrindo o rosto com o travesseiro.

— Cadê aquela vaca? — Kiara irrompeu no quarto como uma tempestade.

— Tínhamos um acordo! — ela exclamou, irritada, enquanto atravessava o cômodo.

— Não! — gritei, minha voz abafada pelo travesseiro.

— Ela não vai sair, Kiara. Está de castigo — meu pai interveio, mantendo um tom calmo.

— Senhor Miller, me desculpe, mas eu não caio mais nessa — Kiara rosnou, agarrando meu edredom e puxando-o sem cerimônia.

— Ei! — protestei, sentando-me novamente, derrotada.

— Eu tentei, filha — meu pai esboçou um sorriso amarelo, sem esconder o alívio disfarçado. No fundo, eu sabia que ele também queria que eu saísse.

— Angel Miller, levanta agora e vai se vestir — Kiara ordenou, cruzando os braços.

— Kie, eu estou exausta... — fiz uma careta, implorando por misericórdia.

— E eu não ligo — ela respondeu, sorrindo com satisfação. — Senhor Miller, nos dá licença?

— Claro — ele se levantou, me deu um beijo na testa e saiu, deixando-me à mercê da tirana que era Kiara.

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