Capítulo 49.

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— Graças a Deus

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— Graças a Deus. — Meu pai suspirou, visivelmente exausto, ao me ver, assim que passei pela porta.

Ele se levantou rapidamente e me envolveu em um abraço desconfortável. Fiquei imóvel, meus braços ao lado do corpo, incapaz de retribuir. Suas mãos me soltaram, e ele depositou um beijo apressado na minha testa, algo que mal consegui registrar. Minha atenção já estava cravada no sofá à frente, onde Norma e Adeline me encaravam, os olhos carregados de ódio disfarçado.

— Não quero ela perto de mim e nem da minha filha! — Norma resmungou, a voz embargada pelo falso choro que ela dominava tão bem.

Meu pai soltou um rosnado impaciente, o cansaço transparecendo na sua voz.

— Norma, por favor... o que conversamos?

Enquanto ele tentava manter a compostura, abaixei o olhar, mordendo o interior das minhas bochechas. O desconforto crescia dentro de mim, transformando-se em um nervosismo palpável. A partir daquele exato momento, eu precisava encontrar um jeito de me proteger.

— Ela é doente! — Norma gritou de repente, fazendo meus ombros saltarem com o susto.

Eu franzi o cenho, mas continuei quieta, a raiva crescendo de forma controlada.

— Ela precisa ser internada! Controlada! É um monstro raivoso que está destruindo nossa família! — Norma elevou ainda mais o tom, tentando atrair a simpatia de meu pai.

— Pare! — Meu pai murmurou, pressionando a ponte do nariz com os dedos, como se estivesse à beira de uma explosão.

Norma ignorou, continuando com seu teatro.

— Eu te avisei, Will! Eu avisei que não queria essa bastarda dentro da minha casa! Eu avisei que ela traria problemas!

Meu pai bufou, balançando a cabeça em negativa. Suas mãos foram parar na cintura, e sua expressão indicava que ele estava a um passo de perder o controle.

— Ela tentou me matar! Quase quebrou o nariz da nossa filha, amor, da nossa filha! — Norma choramingou, a voz embargada com aquele drama tão característico dela.

Eu soltei um riso amargo, incapaz de segurar.

— É, eu podia ter quebrado. Sabe?

— Angel! — Meu pai me advertiu com o tom firme, mas eu o ignorei, as palavras já saindo antes que eu pudesse me conter.

— Poderia ter batido com mais força — completei, sem desviar o olhar de Norma.

— Está vendo? Ela gosta da violência! Nós vamos morrer nessa casa! — Norma agora chorava, suas lágrimas falsas escorrendo enquanto ela encenava o papel da vítima perfeita.

Arqueei as sobrancelhas e soltei uma risada amarga.

Tragam o Oscar para essa vadia.

Adeline, que até então estava calada, finalmente pontuou:

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