Desci do carro, jogando minha mochila de qualquer jeito sobre os ombros. Já havia escurecido. Entrei pela porta da garagem, sentindo o eco dos meus passos no piso de cerâmica enquanto seguia em direção ao hall. Minha única intenção era ir direto para o meu quarto, mas, minha mãe me encontrou antes.
— Ei, você, vamos conversar. — Sua voz firme veio da direção da cozinha. Ela secava as mãos em um pano de prato, seu olhar incisivo já me dizendo que eu não tinha muita escolha.
Franzi o cenho, parando no meio do caminho.
— Mãe, eu preciso de um banho primeiro.
— Rápido. — Ela cruzou os braços e rapidamente trocou a posição, colocando as mãos na cintura.
Minha mãe sempre fazia isso quando queria parecer mais séria ou impor respeito. A verdade é que isso não faz muita diferença, mas nunca disse nada, então deixo que ela acredite que está mais "durona" assim.
— Tá. — Dei de ombros, não querendo prolongar a conversa, e comecei a subir as escadas de dois em dois.
Assim que cheguei ao quarto, joguei a mochila na cama e fui direto para o banheiro. Minha camiseta grudava no corpo, deixando uma sensação desagradável na pele. Era nojento, mas não dava pra simplesmente gozar nela ou nos livros. Tirei a roupa e a joguei no cesto, sem pensar muito, antes de entrar no chuveiro. A água morna escorria pelo meu rosto e corpo, um alívio imediato para a tensão, mas as lembranças... essas não saíam.
Ela estava em cada gota que caía sobre mim. Às vezes, ainda me custa acreditar no que está acontecendo. Anos ignorando minha existência, e agora, ela me vê. Me vê de verdade. Hoje, ela olhou nos meus olhos e disse, sem hesitar: "me fode, Damon." Porra, eu perdi a cabeça. Não é como se eu já não tivesse imaginado aquilo mil vezes. Eu criei cada cenário possível na minha mente, mas ouvir, tocar, sentir? Caralho, isso é outra coisa.
Ela é tão minha. E o melhor? Ela não se importa com nada dessas merdas. A gente transou na biblioteca da escola, e quando quase fomos pegos, ela riu. Isso mesmo, riu. Consegue entender? Ela é feita para mim. Toda. Cada pedaço dela parece ter sido moldado para se encaixar no meu mundo.
Depois do banho, saí do chuveiro, enrolei a toalha na cintura e me olhei no espelho, passando a mão pelo cabelo molhado. Minha mente continuava presa nela, em tudo o que ela fazia comigo sem nem precisar tentar. Como diabos ela conseguia me dominar tanto? Mas não importa, ainda não tenho tudo. Tenho o corpo dela, os olhares e sorrisos, mas eu quero o coração dela.
Eu me vesti rápido, jogando uma calça qualquer e uma camiseta limpa, o cheiro do sabonete fresco me ajudando a manter um pouco de sanidade. Mas não adianta, ela ainda estava na minha cabeça, impregnada. Ela não me dá um pingo de paz nenhum segundon, mas eu meio que sou viciado nessa perturbação. A forma como ela sorriu para mim, a maldita risada dela que fazia meu peito apertar. Eu já tô ferrado, completamente.
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MIDNIGHT CLUB - #1
RomanceEnemies/Haters To Lovers + Dark Romance • Esta história é completamente autoral e não aceito cópias, plágio é crime! Damon Campbell é um vício disfarçado de pesadelo. Obcecado por Angel Miller, ele vive para provocá-la, transformando cada interação...