Entre o desejo e o poder

Capítulo 12: Dominada Pelo Ciúme

Cheryl caminhava pelos corredores, sentindo o peso de um conflito interno que não conseguia controlar. Seus pensamentos eram dominados por imagens de Toni e Lucy rindo juntas, a proximidade entre as duas cutucando algo profundo dentro dela. Cheryl, que sempre teve domínio sobre suas emoções, agora se via à mercê de algo que não sabia como lidar.

Ela sempre fora a caçadora, a manipuladora. O fato de estar, pela primeira vez, em uma posição vulnerável, era algo que a incomodava intensamente.

Durante o almoço, sentada com Verônica, Betty e Josie, Cheryl estava mais calada do que o normal. Seu olhar pairava de vez em quando em direção à sala dos professores, onde Toni estaria almoçando — talvez com Lucy. O pensamento fez sua mandíbula se apertar.

— Então, o que aconteceu com a poderosa Cheryl? — Verônica perguntou, dando uma mordida no sanduíche, claramente intrigada pelo comportamento incomum da amiga.

— Nada — Cheryl respondeu, o tom seco, sem olhar diretamente para Verônica.

— Nada? Ah, por favor! Desde quando você se incomoda tanto com "nada"? — Verônica retrucou, arqueando uma sobrancelha.

Cheryl suspirou pesadamente, evitando o olhar da amiga. Odiava se sentir assim, tão fora de controle.

— Você sabe que ela está lá, não sabe? — Verônica provocou, inclinando-se um pouco mais na direção de Cheryl.

— Quem? — Cheryl perguntou, sabendo exatamente de quem Verônica estava falando, mas recusando-se a admitir.

— A professora. E a amiga dela, Lucy — Verônica disse, a ênfase no nome da amiga fazendo o ciúme de Cheryl subir à superfície.

Cheryl apertou os lábios, desviando o olhar para o outro lado do refeitório. O nome "Lucy" parecia ecoar em sua mente. Não conseguia tirar da cabeça o fato de que Toni tinha uma vida fora da escola, uma vida que incluía outras pessoas, como Lucy.

Verônica deu um sorriso de canto, claramente se divertindo com a situação.

— Sabia! Você está morrendo de ciúmes, ruiva. — A risada de Verônica era clara, mas não maldosa.

Cheryl lançou um olhar fulminante para a amiga, mas não conseguiu formular uma boa resposta. Estava perdendo o controle, e odiava isso.

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Mais tarde, após a última aula, Cheryl decidiu que precisava confrontar Toni. Ela não conseguia simplesmente ignorar o que estava sentindo, nem podia deixar que Toni continuasse a desestabilizá-la daquela forma. Então, esperou no corredor, sabendo que Toni logo sairia da sala.

Quando Toni apareceu, conversando com Lucy ao seu lado, Cheryl sentiu seu estômago revirar. As duas pareciam próximas demais, e cada risada compartilhada entre elas era um golpe direto no orgulho de Cheryl.

Sem pensar muito, Cheryl se aproximou, interrompendo a conversa.

— Professora Topaz — ela começou, sua voz mais fria do que o habitual. — Precisamos conversar.

Toni olhou surpresa para Cheryl, mas não se deixou abalar pelo tom ríspido. Lucy observou a cena com curiosidade, mas se manteve em silêncio, respeitando a tensão no ar.

— Claro, Cheryl. — Toni concordou, um pouco desconfiada. Ela virou-se para Lucy e se despediu com um sorriso suave. — Te vejo depois, Lu.

Cheryl observou a troca de olhares entre as duas e mordeu a língua para não dizer algo impulsivo. Quando Lucy finalmente se afastou, Toni virou-se completamente para Cheryl.

— O que houve? — Toni perguntou, cruzando os braços, curiosa.

Cheryl respirou fundo, tentando controlar a onda de emoções que a dominava. Ela não queria parecer fraca, mas não conseguia esconder completamente o ciúme que ardia em seu peito.

— Quem é essa, Toni? — Cheryl soltou, a voz embargada pelo que tentava esconder.

Toni arqueou uma sobrancelha, surpresa com a pergunta direta.

— Já disse, Cheryl. Ela é uma amiga de longa data. O que isso tem a ver com você? — Toni perguntou, mantendo a calma, mas percebendo o nervosismo de Cheryl.

Cheryl travou a mandíbula, tentando manter o controle, mas o sentimento que a consumia era forte demais. Por que isso me incomoda tanto?, ela se perguntou, mas a resposta era óbvia.

— Eu só... — Cheryl começou, mas não sabia como terminar a frase. Não sabia como expressar aquele ciúme sem admitir o que estava realmente sentindo.

Toni deu um pequeno sorriso, dessa vez mais suave, como se finalmente tivesse entendido o que estava acontecendo.

— Cheryl... você está com ciúmes? — Toni perguntou diretamente, sua voz baixa, quase em um tom provocativo.

Cheryl arregalou os olhos, a surpresa evidente em sua expressão. O calor subiu para seu rosto, e ela imediatamente cruzou os braços, defensiva.

— Eu? Com ciúmes? — Cheryl soltou uma risada seca, claramente desconfortável. — Não seja ridícula.

Toni deu um passo à frente, encurtando a distância entre elas. Seu olhar era intenso, e Cheryl sentiu seu coração acelerar.

— Está tudo bem, sabia? Não precisa fingir que não está sentindo nada. — A voz de Toni era baixa, mas havia uma segurança nela que desarmava Cheryl.

Cheryl sentiu o ar faltar por um segundo, suas mãos tremendo levemente enquanto olhava para Toni. Era como se, naquele momento, o jogo tivesse finalmente mudado. Toni não era apenas uma participante. Ela estava liderando agora.

— Eu... — Cheryl começou, mas as palavras morreram em sua garganta. O controle, a confiança, tudo parecia escapar entre seus dedos.

Toni deu mais um passo, e agora as duas estavam frente a frente. A proximidade era quase sufocante, mas, ao mesmo tempo, excitante.

— Talvez seja hora de você admitir que não é a única com o poder aqui, Cheryl — Toni disse, seu olhar penetrante enquanto observava cada reação da ruiva.

Cheryl queria retrucar, queria dizer algo afiado e sarcástico, mas não conseguia. O ciúme, a tensão, a proximidade... tudo estava acumulado, e ela não sabia como lidar com isso.

Sem dizer mais nada, Toni deu um meio sorriso antes de se afastar, deixando Cheryl ali, no corredor, sozinha com seus pensamentos e emoções confusas.

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A tensão entre Cheryl e Toni estava alcançando novos níveis. Cheryl, sempre no controle, agora sentia que estava perdendo as rédeas, e o ciúme só servia para aumentar esse sentimento. A batalha pelo poder entre as duas estava longe de terminar, e a cada interação, ficava mais claro que Toni estava ganhando terreno.