Capítulo 18: A Tempestade Antes da Calma

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A escola estava quieta, exceto pelo som distante das conversas ecoando nos corredores. Toni sentia seu coração batendo forte enquanto caminhava para a sala de aula, tentando manter a compostura depois da conversa com Cheryl. Ela sabia que as coisas estavam à beira de um colapso, e Lucy era uma bomba-relógio prestes a explodir.

Do outro lado da escola, Cheryl estava em sua própria guerra interna. A raiva fervilhava cada vez que pensava em Lucy. A ideia de Toni estar próxima dela era insuportável, e seu desejo por controle estava chegando ao limite.

No intervalo entre as aulas, Cheryl decidiu que era hora de tomar uma atitude. Ela sabia onde Toni estaria e planejava uma "conversa". Quando entrou na sala, o som suave da porta se fechando ecoou pela sala vazia. Toni estava sentada em sua mesa, revisando alguns papéis, mas levantou o olhar assim que Cheryl entrou.

— O que você está fazendo aqui? — Toni perguntou, com uma sobrancelha arqueada, claramente tentando manter uma distância segura.

Cheryl deu alguns passos à frente, com um sorriso enigmático no rosto.

— Precisamos conversar. — Disse ela, seu tom firme, mas carregado de tensão.

— Conversar? — Toni suspirou, já sentindo o peso da conversa que estava por vir. — Cheryl, você sabe que estamos pisando em terreno perigoso. Não podemos continuar assim.

Cheryl ignorou as palavras de Toni e se aproximou ainda mais, o olhar predatório. — Você quer que eu finja que nada está acontecendo entre nós? Porque não sou boa nisso, Toni.

— Isso não se trata apenas de nós... — Toni começou, mas antes que pudesse continuar, Cheryl a interrompeu, sua mão já encontrando o braço de Toni, fazendo a professora estremecer com o toque.

— Eu não consigo parar de pensar em você. — Cheryl sussurrou, aproximando-se mais, seus lábios agora a centímetros dos de Toni. A sala estava carregada de energia, cada centímetro do espaço preenchido pela tensão acumulada.

— Cheryl... — Toni tentou resistir, mas sua voz estava fraca, já cedendo à eletricidade que passava entre elas. O desejo que ela vinha tentando esconder estava prestes a romper todas as barreiras.

Antes que Toni pudesse processar completamente o que estava acontecendo, Cheryl a empurrou levemente contra a mesa, inclinando-se sobre ela. O cheiro doce de Cheryl a envolveu, e, por um segundo, Toni perdeu toda a sua força de vontade. O toque suave das mãos de Cheryl em sua cintura a fez perder o fôlego.

— Isso é loucura. — Toni sussurrou, mas seu corpo traía suas palavras.

— Loucura é você continuar fingindo que não quer isso tanto quanto eu. — Cheryl disse antes de fechar a distância entre elas. Os lábios de Cheryl capturaram os de Toni em um beijo intenso, a sala mergulhada em um silêncio que fazia os corações delas parecerem mais altos.

Por um momento, o mundo lá fora desapareceu. Era só elas, naquela sala isolada, com todas as suas barreiras finalmente quebradas.

Mas o momento de adrenalina logo foi interrompido. A maçaneta da porta girou lentamente, e antes que elas pudessem se afastar, Lucy entrou, os olhos arregalados ao ver a cena diante dela.

— O que diabos está acontecendo aqui? — Lucy perguntou, a voz baixa e perigosa, enquanto o choque logo se transformava em raiva.

Cheryl se afastou rapidamente, tentando se recompor, mas o olhar de Lucy estava cravado em Toni. O ar na sala ficou mais denso, como se estivesse prestes a explodir em mil pedaços.

— Eu sabia. — Lucy disse com os dentes cerrados. — Eu sabia que tinha algo acontecendo entre vocês. — Sua voz estava cheia de veneno, e o olhar que ela lançou para Cheryl foi mortal.

— Lucy, não é o que parece. — Toni começou a explicar, mas Cheryl a cortou, cruzando os braços em um gesto defensivo.

— Oh, é exatamente o que parece. — Cheryl disse, com uma expressão desafiadora no rosto. — E você vai ter que aceitar que a Toni não está interessada em você.

Lucy riu, uma risada fria e amarga. — Você acha que pode simplesmente barganhar o que quiser, Cheryl? Não é assim que funciona. — Ela se aproximou de Toni, ignorando completamente Cheryl por um momento. — Eu vou te dar uma chance, Toni. Uma chance de escolher. Ou ela... — Lucy olhou com desprezo para Cheryl. — Ou eu.

Toni ficou em silêncio, o peso da situação apertando seu peito. A escolha parecia óbvia, mas as complicações eram tantas que ela não conseguia sequer respirar direito.

— Não force a barra, Lucy. — Cheryl disse, agora totalmente no controle novamente. — Eu sei que você acha que pode ter tudo o que quiser, mas eu não sou alguém que vai recuar.

O rosto de Lucy se contorceu de ódio. — Eu não vou deixar isso barato, Cheryl. — Ela olhou de volta para Toni. — E você, Toni, vai se arrepender de ter escolhido ela. Eu juro.

Lucy saiu da sala, deixando para trás um silêncio opressivo. Toni estava imóvel, e Cheryl sorriu, satisfeita com o resultado.

— Agora ela sabe. — Cheryl disse, como se nada tivesse acontecido. — E isso, Toni, só me faz querer você ainda mais.

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