Capítulo 28: Chamadas da Realidade

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Após um delicioso café da manhã e uma manhã tranquila, onde risadas e olhares cúmplices preencheram o ar, Cheryl e Toni estavam de volta ao apartamento de Toni, curtindo a companhia uma da outra enquanto se preparavam para o que parecia ser um dia de descanso.

No entanto, a paz foi abruptamente interrompida quando o telefone de Toni começou a tocar. Ela olhou para a tela e seu sorriso desapareceu, substituído por uma expressão de preocupação.

— É da escola. — Toni disse, já se levantando do sofá.

Cheryl sentiu um frio na barriga. — Algum problema?

Toni atendeu o telefone, fazendo um gesto para Cheryl ficar em silêncio enquanto escutava a conversa. As palavras da diretora se tornaram um som distante, mas Cheryl pôde perceber a gravidade na voz de Toni. A expressão dela se tornava cada vez mais séria.

— Sim, entendo. — Toni respondeu, seus olhos se estreitando. — Estou a caminho.

Assim que desligou, Toni virou-se para Cheryl, seu rosto agora carregado de tensão.

— O que aconteceu? — Cheryl perguntou, preocupada.

— Eu... preciso ir para uma reunião com a direção. — Toni disse, seu tom revelando a frustração que estava acumulando. — Eles estão preocupados com as avaliações e querem discutir meu desempenho como professora substituta.

Cheryl sentiu seu coração apertar. Não que ela não entendesse a responsabilidade de Toni, mas a ideia de vê-la ir embora a deixava inquieta.

— Você vai? — Cheryl perguntou, tentando esconder a ansiedade na voz.

— Eu não tenho escolha, Cheryl. — Toni disse, com um olhar de preocupação. — É importante.

— Eu sei, mas... — Cheryl hesitou, procurando as palavras certas. — Eu não quero que você tenha que ir.

Toni se aproximou, segurando o rosto de Cheryl entre as mãos. — Eu também não quero. Mas isso é parte do meu trabalho. Prometo que não demorarei.

Cheryl franziu a testa, ainda relutante. — Certo... mas isso é justo quando as coisas estavam tão boas entre nós.

— Eu sei. — Toni respondeu, seu olhar sincero. — Vamos fazer algo depois, assim que eu voltar. Eu prometo.

— Melhor que isso. — Cheryl fez uma pausa, um brilho travesso nos olhos. — Eu vou te esperar, e você vai me dar um beijo quando voltar.

Toni não pôde deixar de rir, o clima pesado sendo quebrado um pouco pela leveza da proposta de Cheryl. — Fechado. Um beijo prometido.

Toni deu um passo para trás, preparando-se para sair. Cheryl a observou se arrumar, uma parte dela desejando que a reunião não fosse longa.

— Vou tentar não me atrasar. — Toni disse, abrindo a porta.

— E eu vou esperar. — Cheryl respondeu, sua voz suave.

Assim que Toni saiu, Cheryl sentiu uma onda de solidão a invadir. Ela caminhou até a janela e olhou para fora, o sol ainda brilhando intensamente, mas sua mente estava longe. O que deveria ser um dia leve e divertido agora estava envolto em incertezas.

Cheryl respirou fundo, decidindo que não deixaria que isso a deixasse para baixo. Com um impulso repentino, ela pegou seu celular e começou a enviar mensagens para suas amigas.

Cheryl: Oi, meninas! Estão livres? Preciso de um pouco de companhia.

Verônica: Claro! O que você precisa?

Betty: Tô dentro! O que você tem em mente?

Josie: Oi! O que aconteceu?

Cheryl rapidamente respondeu, suas amigas parecendo prontas para animá-la. Com um sorriso nos lábios, ela sentiu um pouco da ansiedade se dissipar. A vida não pararia por causa de uma reunião.

Cheryl: Vamos nos encontrar na cafeteria depois da aula? Preciso desabafar!

Assim que as respostas começaram a chegar, Cheryl começou a se sentir um pouco mais leve, embora o pensamento sobre Toni e a reunião ainda estivesse presente. Ela não poderia deixar que a realidade a esmagasse.

Enquanto isso, na escola, Toni sentou-se em uma mesa na sala de reuniões, rodeada por membros da direção. As palavras trocadas eram uma mistura de críticas e sugestões, mas a mente de Toni estava longe, focada em Cheryl e no dia que esperava por elas.

— Precisamos garantir que você esteja cumprindo com suas responsabilidades, — disse o diretor, olhando para Toni de maneira séria.

— Eu entendo, — Toni respondeu, tentando manter a compostura. — Estou fazendo o meu melhor.

— Precisamos que você mostre isso aos alunos, — insistiu a diretora. — Uma professora substituta não pode ser uma fonte de distração.

As palavras cortavam como facas, mas Toni se lembrava do olhar de Cheryl, e isso lhe dava força. Ela não deixaria que essas preocupações a abatessem.

Depois de um tempo, a reunião chegou ao fim, e Toni saiu da sala, aliviada, mas ainda com a mente pesada.

Com o coração batendo acelerado, ela decidiu que precisaria de Cheryl naquele momento. Sem pensar duas vezes, ela pegou o celular e enviou uma mensagem.

Toni: Oi, estou a caminho. Me encontre na cafeteria, preciso de você.

Enquanto Cheryl aguardava suas amigas na cafeteria, seu celular vibrou. Ao ler a mensagem de Toni, um sorriso espontâneo brotou em seu rosto.

— Finalmente! — ela murmurou para si mesma, sentindo uma onda de expectativa. — Agora, a diversão pode recomeçar.

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