Capítulo 5: Conflitos Internos

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Toni Topaz dirigia pelas ruas tranquilas de Riverdale, o rádio ligado apenas para preencher o silêncio do carro. O dia tinha sido mais longo do que esperava, e, por mais que tentasse se manter profissional, algo dentro dela começava a escapar de seu controle. O rosto de Cheryl Blossom vinha à sua mente a cada pausa, e Toni sabia que isso não era um bom sinal.

Ela estacionou em frente à sua casa, um pequeno e aconchegante refúgio que encontrara para se estabelecer. Assim que entrou, o ambiente acolhedor e quente a envolveu, mas não foi o suficiente para silenciar a agitação interna. Jogou sua bolsa em cima do sofá e foi direto para a cozinha, tentando afastar os pensamentos que a atormentavam com uma xícara de chá.

Sentada à mesa da cozinha, Toni passou a mão pelos cabelos, tentando encontrar algum sentido naquele turbilhão. Era apenas uma aluna. Ela repetia isso para si mesma como um mantra. Uma garota irritante, provocadora e... impressionantemente inteligente. Cheryl tinha uma intensidade que desafiava as barreiras que Toni sempre impunha entre sua vida profissional e pessoal.

"Não. Não posso me permitir isso," pensou, olhando para o líquido quente à sua frente. Mas por mais que tentasse se convencer de que tudo não passava de uma ilusão, sabia que estava envolvida em algo perigoso e irresistível.

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Do outro lado da cidade, Cheryl estava com suas amigas em um café. Verônica, Betty e Josie riam enquanto contavam histórias, mas Cheryl estava distraída, o olhar fixo em algo além da mesa.

- Ei, Blossom! Terra para Cheryl! - Verônica chamou, batendo de leve na mesa. - Tá pensando em quem?

Cheryl piscou e deu um sorriso forçado.

- Por favor, Verônica, como se eu tivesse tempo para pensar em alguém além de mim mesma.

- Ah, sei - Verônica riu, arqueando uma sobrancelha. - E esse "alguém" não usa jaquetas de couro e tem aquele ar de professora misteriosa?

Josie deu uma risadinha, enquanto Betty apenas observava, como sempre, com um olhar analítico.

- Cheryl... - começou Betty com sua voz calma. - Talvez você devesse parar de lutar tanto contra isso.

Cheryl bufou, jogando os cabelos para trás.

- Contra o quê, Betty? Uma professora substituta que não tem nada a ver comigo? Nem pensar.

Josie suspirou, sorrindo de leve.

- É só que... você parece tão obcecada. Toda vez que fala dela, tem essa... coisa nos olhos.

Verônica completou com seu habitual tom sarcástico.

- É. Tipo uma chama de "eu quero e não sei como admitir."

Cheryl revirou os olhos, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso.

- Vocês estão delirando. Eu só não gosto de quem tenta invadir meu território.

Betty inclinou-se um pouco para frente, sempre a mais direta quando o assunto era sentimentos.

- Às vezes, o que parece uma invasão é só algo que você não está pronta para aceitar.

Cheryl ficou em silêncio por alguns segundos, o olhar fixo em sua xícara de café. Talvez Betty estivesse certa, mas ela não estava pronta para admitir isso. Ainda não.

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Mais tarde naquela noite, Toni decidiu que precisava de uma distração. Ligou para Fangs, um amigo de longa data, e os dois combinaram de se encontrar em um bar da cidade. Fangs sempre foi o tipo de pessoa que sabia como tirar Toni de suas próprias crises, e era exatamente disso que ela precisava.

No bar, o clima era descontraído. Música suave ao fundo, risadas e conversas baixas preenchiam o ambiente. Toni sentou-se ao lado de Fangs, que já esperava com um copo na mão.

- E aí, Topaz? Você tá com uma cara de quem tá pensando demais - ele disse, levantando uma sobrancelha.

Toni riu, tomando um gole de sua bebida.

- Talvez eu esteja, Fangs. As coisas têm sido... complicadas.

Fangs inclinou a cabeça, curioso.

- Complicadas? Nunca te vi perder a cabeça por nada. O que tá rolando?

Toni hesitou por um momento, olhando para o líquido em seu copo.

- Tem essa... aluna. Não no sentido que você tá pensando - ela rapidamente corrigiu, vendo o olhar intrigado do amigo. - Ela é desafiadora. Faz com que eu questione coisas que achei que estavam sob controle.

Fangs riu, relaxando na cadeira.

- Eu sempre te disse que você era controladora demais, Toni. Talvez esteja na hora de deixar as coisas fluírem um pouco. E, sei lá, ver onde isso vai dar.

Toni balançou a cabeça, sorrindo levemente.

- Não posso deixar "isso" ir a lugar nenhum, Fangs. É complicado. Ela é uma aluna, e além de tudo, tem 17 anos.

Fangs tomou um gole da sua bebida antes de responder, mais sério desta vez.

- Entendo. Mas só você pode decidir o que fazer com esses sentimentos. Fugir ou enfrentar. Só cuidado para não se perder no processo, ok?

Toni assentiu, mas a inquietação ainda estava lá. Talvez Fangs estivesse certo. Fugir não resolveria nada, mas enfrentar seus próprios sentimentos a colocava em uma situação ainda mais difícil.

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Enquanto isso, em sua casa, Cheryl estava na cama, tentando se distrair com qualquer coisa que não fosse Toni. Mas, como sempre, falhava. A lembrança daquela aula, dos olhares trocados e das provocações silenciosas, ainda estava fresca em sua mente.

Ela fechou os olhos, respirando fundo. Havia algo em Toni que a desafiava de uma forma que ninguém mais conseguia. E, por mais que tentasse lutar contra isso, parte de Cheryl começava a aceitar que talvez essa fosse uma batalha que ela não quisesse vencer.

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