Minha Razão - Nanami Kento

Capítulo 58:

Geralmente é a mulher que prepara uma surpresa ao companheiro para revelar que está grávida, ou as vezes o casal descobre junto.

Mas já ouve algum caso que o pai descobre primeiro e precisa revelar para a mãe da criança?

Estou a meia hora lembrando da vergonha que passei com o doutor. Como vou encara-lo nas próximas consultas de Hina?

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– Seria ideal que sua companheira estivesse aqui para receber a notícia, mas o senhor veio sozinho. – comenta. – Enfim...Parabéns, vocês vão ser papais!

– Que? Eu não entendi direito.

– Você vai ser pai e a senhorita Hina, mãe!

– Eu odiava fazer amigos, eu detestava meus primos, sempre brigava na escola, eu nunca dei bom dia para meus vizinhos, nunca tive um cachorro e como vou cuidar de uma criança? – pergunto a mim mesmo.

– Certamente não seria da mesma maneira que se trata um cachorro, mas o senhor pode aprender!

– Se ele me puxar, ou ela? Não pode me puxar, tem que puxar a Hina e todas as suas características meiga e delicada. – digo ainda tentando raciocinar. – Eu vou ter um filho?

– Talvez! – diz o médico me deixando confuso. – Precisamos fazer uma ultrassom, pode ser mais de um filho.

Começo a chorar descontroladamente como nunca fiz em minha vida. Me sinto o homem mais feliz e realizado do mundo.

Ao mesmo tempo... Sinto medo!

– E se Hina tiver raiva de mim durante a gestação? Eu já ouvi casos assim doutor. E se ela me abandonar? Se eu não for um bom pai para minha filha ou filho? – questiono rapidamente.

– Senhor Kento, somente por ter essas preocupações posso te garantir... – diz pegando um copo de água. – O senhor vai ser um ótimo pai.

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Que constrangedor, fiquei tão surpreso e assustado que chorei de soluçar na frente de um estranho.

Meu celular apita e vejo na tela uma mensagem da Hina.

"Onde você está amor?"

"Estou indo para casa, já estou com seus exames!"

Envio e dirijo rapidamente para casa, não posso deixá-la sozinha de maneira alguma.

Não sei como dizer sobre a gravidez.

Mas a ideia de ter um bebê em sua barriga, nosso bebê, com nossas características, me deixa completamente sensível e vulnerável.

Estaciono o carro em uma floricultura e vejo um buquê de peônias brancas.

Hina com certeza vai amar!

– Bom dia senhora! – digo a velhinha, dona da floricultura. – Eu preciso desse buquê!

– Custa 2.686,8 ienes! – diz pegando o buquê. – Ocasião especial?

– Vou ser pai, eu vou ser pai! – digo sorridente.

– Vejo que o senhor está muito feliz com a notícia, sua esposa deve ser uma mulher de sorte! – comenta.

– Eu que tenho sorte! Muita sorte!

Realizo o pagamento e coloco às flores com cuidado no banco da frente. Ligo o carro dando partida.

Antes passar em casa decido ir até o shopping. Estou levando rosas para minha mulher, preciso levar algo para meu filho ou filha.

– Desculpa! – diz um homem ao trombar comigo.

– Tudo bem, eu vou ser pai! – meu sorriso fica maior a cada minuto.

Vejo uma loja de brinquedos mas não seria ideal comprar nada disso agora. A frente encontro uma loja de enxoval.

– Bom dia! Posso ajudar? – pergunta a atendente.

– Sim, eu vou ser pai! – digo. – O que posso comprar para um bebê que está na barriga?

– Parabéns... Talvez um álbum de fotografia para eternizar o período da gestação. – sugere. – Ou meias, sapatinhos de lã e crochê.

[...]

Respiro profundamente antes de passar pela porta.

– Meu amor? – corre em minha direção me dando um abraço caloroso.

– Como está se sentindo meu anjo? – agarro sua cintura com apenas uma mão.

– Estou bem! O que é isso aí atrás? Flores? – questiona com um belo sorriso.

– Flores para uma flor! – entrego o buquê, observando seu brilho intenso no olhar.

– Você é incrível! – diz sentindo o aroma das flores.

– Ainda não acabou! – digo abrindo a porta e revelando três sacolas grandes cheia de presentes.

– O que é isso? Virou o papai Noel? – pergunta brincando.

Noel não, mas papai sim!

Só ainda não sei como dizer sem assusta-la.

...

Notas:

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