95| Fortnight

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I love you
It's ruining my life

—Taylor Swift

Eram quase três da manhã quando eu finalmente consegui dormir, depois de passar um  tempo considerável me revirando entre os lençóis

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Eram quase três da manhã quando eu finalmente consegui dormir, depois de passar um  tempo considerável me revirando entre os lençóis. Matthew ainda estava ensaiando. Sozinho.

O som da guitarra vinha abafado do outro quarto, interrompido às vezes por pausas curtas, como se ele estivesse repensando cada acorde antes de seguir. Não era algo novo, mas naquela noite soava diferente. Mais insistente.

Eram oito horas da manhã quando acordei e ele já estava de pé. Banho tomado, cabelo ainda levemente úmido, a guitarra apoiada contra a cama enquanto ele afinava as cordas com atenção absoluta. Sozinho, mais uma vez.

Se eu não tivesse sentido o colchão afundar por alguns segundos durante a madrugada, teria achado que ele sequer havia dormido.

Matthew parecia ansioso. Irritado, talvez. Não de forma explosiva, mas daquele jeito silencioso que sempre me deixava ainda mais em alerta.

Tentei me convencer de que era apenas a ansiedade normal de quem estava prestes a subir no palco em um dos maiores shows da própria vida. Mas uma parte de mim insistia que ele estava usando o ensaio como uma forma de se afastar de mim.

Jesse me disse que logo depois de sair da reabilitação, Matthew entrou num processo criativo tão intenso que passava horas sem comer, sem beber água, sem ir ao banheiro. Um nível de foco que ele nunca tinha visto antes.
Como se a música fosse a única coisa mantendo-o inteiro.

Respiro fundo ao lembrar disso, me perguntando se o momento havia se repetido, enquanto o barulho dos bastidores começa a se intensificar e faz minhas veias pulsarem de um jeito estranho.

Já tínhamos passado algumas músicas pela última vez, dado entrevistas rápidas, cumprimentado artistas que cruzavam nosso caminho. Mary já tinha mandado mais maquiadores do que o necessário para mim.

Os bastidores do Coachella eram exatamente como eu me lembrava: caóticos, quentes, cheios de gente andando apressada, fios pelo chão, caixas abertas, vozes se misturando. Tudo acontecia ao mesmo tempo.

Alguns dos meninos estavam no camarim maior, tentando relaxar antes do show. Nossa equipe andava de um lado para o outro. Era barulho, movimento, urgência.

Precisei de alguns segundos para respirar.

Por mais que fosse bom estar com eles, fazer um show assim era diferente de subir sozinha no palco. Eu sentia falta da minha própria estrutura, meus fotógrafos, minha agente principal, a equipe de figurino que sempre me acompanhou. Talvez isso devesse ter sido melhor alinhado entre nós.

Ao mesmo tempo, parecia estranho demais fazer um contrato cheio de exigências para tocar com a banda do meu... namorado?

Eu não sabia exatamente o que eu e Matthew éramos. E naquele momento, isso só parecia mais confuso.

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⏰ Última atualização: 9 hours ago ⏰

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