Capítulo 22

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Assim que chegamos ao evento, houve muitos aplausos e cumprimentos. O ensaio fotográfico havia ficado realmente lindo e seria sucesso na certa naquele trabalho.

Ao fundo do salão onde estávamos, pude perceber uma discussão fervorosa mas muito discreta entre um homem e uma mulher. Aquilo chamou minha atenção.

A mulher, que por sinal também era uma Plus, gesticulava e parecia muito nervosa. E o homem, pelo que pude perceber, quase não se importava e com algumas palavras que também não pude entender, fez com que a mulher se calasse e saísse de cabeça baixa, aparentemente chorando.

- Quem são aqueles?

Marcello olhou no sentido da minha atenção e deu de ombros.

- Acho que já vi esse cara em algum lugar. – Colocou-se a pensar . – Ah sim, ele é um fotografo muito respeitado. Acho que inclusive que ele faz fotos para a revista do Canadá onde você irá representar.

Hummmm... aquilo estava ficando interessante.

O tal fotografo era bonito, no seu estilo diferente. Mas, havia alguma coisa errada, eu podia sentir.

De repente, ele olhou pra mim e fiquei instantaneamente desconfortável. Ele ergueu a taça de champanhe em minha direção e sorriu, um sorriso bonito e convencido. Sorri de volta e me virei de costas para ele. Não queria que entendesse que estava dando em cima dele.

Mas obviamente ele entendeu aquele gesto errado e se aproximou.

- Boa noite Srta. Sanches. É um prazer enorme conhece-la pessoalmente.

- Obrigada. O prazer é meu, Senhor... – aguardei que ele me dissesse seu nome.

- Ah, mas que indelicadeza a minha, nem me apresentei. – o desconhecido pega em minhas mãos e beija logo acima do meu pulso. Era pra ser sensual, eu acho, mas me senti estranha. – Me chamo Theodoro Lynds. Fotografo para algumas revistas de sucesso.

Marcello, percebendo meu desconforto perto do tal desconhecido, que agora já tinha um nome, aparece para me socorrer dizendo que precisa me apresentar para algumas pessoas.

Agradeço mentalmente a intromissão dele dessa vez.

- Espero que possamos trabalhar juntos qualquer hora dessas. – Theodoro não apresenta nenhum risco, mas meu subconsciente me pede atenção.

Apenas sorrio para ele e me afasto com Marcello.

Após aquela cena estranha o restante da noite foi um martírio.

- Que chatice! – disparo com cara de tédio para Marcello.

Estávamos naquela confraternização a 3 horas e nada de interessante aconteceu. Tirando o episodio com o Theodoro.

- Gata, eu sou obrigado a concordar com você.

- Vamos embora? Eu posso dizer que ainda não estou em clima de festa. – digo sussurrando no ouvido dele.

Ele concorda e abre um sorriso largo.

Inventamos um mal estar da minha parte, nos despedimos de todos e saímos. Já na rua Marcello me questiona.

- Você quer que eu pare um taxi para te levar em casa? – ele me olha quase pedindo desculpas. – É que eu estava pensando que ainda é cedo e não queria perder minha noite de sexta. Eu ia encontrar, ... hum... alguém. – ele faz uma pausa e continua. – Mas eu posso te deixar em casa primeiro se você preferir ir comigo.

Nego com a cabeça.

- Não precisa meu bem. – digo a ele, pensando como deveria terminar minha noite de sexta. – Eu vou pegar um taxi mesmo.

Preço de um recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora