Preço de um recomeço #Wattys2016

Capítulo 6

Chegamos á um prédio bem imponente. Com o famoso tapete vermelho, os fotógrafos parecendo formigas toda vez que um carro encostava no meio fio.

Nossa limusine parou, o chofer veio abrir a porta para nós. Primeiro desceu Marcello e eu desci em seguida. Ele, como sempre muito palhaço, me ofereceu o braço de um jeito muito teatral. Rimos juntos e sentimos os flashs das câmeras fotográficas em cima de nós.

Lá dentro, um senhor nos recebeu com muita educação e sorrisos que não lhe faltavam. Assim que adentramos o salão, senti muitos olhares em cima de nós. – Caramba, será que eu estava sendo esperada todo esse tempo? – penso comigo, quase entrando em pânico, ser o centro das atenções nunca foi uma coisa que eu gostasse.

Mas a sensação logo passou, assim que o próximo casal chegou atrás de nós.

- Vamos fazer uma social por ai, Gata. – falou Marcello olhando em volta. – Preciso apresentar você á algumas pessoas influentes da sociedade da moda. – ele ri para mim e eu retribuo o sorriso.

Por quase uma hora, passamos de grupos em grupos, me apresentando a tal sociedade. Alguns olhares de aprovação e outros, bem, outros nem tanto. Mas nem Jesus agradou a todos, não é mesmo?

Paramos próximo a uma pilastra para que pudéssemos tomar uma taça de vinho branco.

- Marcello, meus pés estão me matando. Ser "famosa" cansa demais, não é?

Ele ri de mim.

- Vá se acostumando meu anjo. Nossa noite ainda está apenas começando.

Bufo de frustação. Me encosto na pilastra e meus olhos encontram uma negra linda, de sorriso largo e com seu bem apresentável cavalheiro ao lado. Fabiana e João.

- Vamos lá cumprimentar a Fabiana? – falo apontando com o queixo a direção onde eles estão.

- Vá indo lá. – diz ele. – Vou ali garantir o restante da minha noite com um gatinho. – ele ri e me lança uma piscadela. – Logo me junto a vocês.

Concordo com a cabeça e me afasto dele.

Me aproximo de Fabiana e o João me vê. Faço um gesto com um dedo nos lábios, pedindo para que ele fique quieto. Chego por trás dela e coloco as duas mãos nos olhos dela e digo.

- Adivinha quem é.

Ela se assusta, pois com certeza á muitos anos alguém não faz essa brincadeira com ela. Afinal de contas, somos mulheres de 30 anos e não garotinhas brasileiras de 13 anos na escola. Todos ao nosso lado voltam os olhos para nós duas com caras de incrédulos. Ah, que se danem esses americanos que não sabem voltar a infância e serem felizes.

- Helô. – ela grita tirando minhas mãos de seus olhos.

Ela gira os calcanhares e me abraça de um jeito muito urgente e aos poucos o abraço vai se tornando mais carinhoso, saudoso e terno.

- Você veio mesmo. – diz ela me avaliando de corpo inteiro. – Uau. Que mulher é essa que está aqui na minha frente? – ela sorri e faz um gesto com a mão de cima a baixo. – Você está linda amiga. Não. Você está deslumbrante.

Não posso me ver, mas sinto meu rosto vermelho e quente. Nesse instante eu olho em outra direção só para não ter que encarar as pessoas que estão no nosso grupo, e vejo algo que me deixa impressionada. Um homem alto, aproximadamente 1,90 de altura, forte, mas não exageradamente, moreno, cabelo escuro mas ficando levemente grisalhos nas têmporas e olhos de um castanho reluzente. Uma aparência latina, quente e charmoso, extremamente charmoso. – Um Deus Latino. – eu pensei.