Capítulo 30

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Na manhã daquele domingo, a primeira coisa que fizemos, foi vasculhar na mídia da internet para ver se a foto do paparazzi tinha sido publicada. Para nosso alivio, não havia nada. De fato, o advogado de Peter tinha razão. Nenhuma revista, jornal, ou o que seja, se atreveria publicar alguma foto dele.

Peter não disfarçou seu alivio com a falta de noticias. Na verdade, ele até suspirou com satisfação e abriu um sorriso sem graça para mim.

- Acho que dessa vez nós escapamos. – ele disse para mim.

Eu apenas concordei com a cabeça.

Naquela tarde, estávamos limpando a bagunça que fizemos para o almoço, quando o telefone de casa começou a tocar. Para não interromper os meus afazeres, atendi pelo viva voz do aparelho.

- Alô.

- Oi filha.

Minha mãe era a pessoa mais amável que eu conhecia. Preocupada e paciente como toda mãe deve ser. Uma dona de casa exemplar. Viveu a vida por meu pai e por mim e meus irmãos. Quase toda semana ela dava um jeitinho de me ligar, mas aquela já era a segunda vez que ela me ligava em uma semana. Muito estranho.

- Mamãe? – levanto um dedo aos lábios pedindo silencio a Peter. – Está tudo bem?

- Sim querida. Só estamos com saudade. – ela diz melancólica. – Tem uma pessoa querendo falar com você.

Alguns segundos de silencio.

- Oi titia. – quase desmoronei, uma lágrima desceu pelos meus olhos.

Rafael era meu sobrinho de 8 anos. Fruto de meu irmão mais velho, Júlio, com minha cunhada, Camila. Sempre fomos muito grudados desde que ele nasceu, então imagino que ele sofra tanto quanto eu com a distancia.

- Oi meu príncipe. Você está bem?- digo entre soluços baixinhos. Peter passa uma mão em meu braço de cima para baixo, com gesto de conforto.

- Sim. Eu estou com saudades. – ele ri de alguma coisa. – Vou passar para vovó. Quando você vier me ver, me traz um presente?

Dou risada. Criança é criança sempre.

- Levo sim, pode deixar. Te amo coisa linda. – me despeço dele.

- Eu também te amo titia. – ele manda um beijo estalado no bocal do telefone. Isso me faz sorrir e Peter beija minha testa.

Minha mãe pega o telefone novamente.

- Esses pentelhos me deixam louca. – ela bufa no telefone e ri. – A Bia não quis sair da piscina para vir falar com você. Mas você sabe como ela é, não é?

A Bianca era minha sobrinha de anos, irmã de Rafael.

- Sei sim. Geniosa demais. – digo sorrindo. - Cadê os pais dessas crianças?

- Vieram passar o final de semana conosco, mas agora deram uma saidinha e eles ficaram comigo. – ela explica. – Filha, o seu irmão quer falar com você. Só um minuto.

Franzo a testa e olho para Peter. Ele dá de ombros e continua secando a louça.

- Oi Lôlo. – era meu irmão mais novo, Gabriel.

Um homem excelente mais que ainda agia como um adolescente. Irmãos mais novos sempre são tratados como bebes. Dou risada para o telefone feito boba.

- Biel. Meu bebe. Como você está? – digo sorrindo.

Ele sorri também.

- Só vou tolerar você me chamando de bebe, porque você está milhões de quilômetros de distancia. – ele da risada novamente.

Preço de um recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora