Capítulo 43

5.6K 577 18
                                    

As 5hrs da manhã do dia seguinte os despertadores do apartamento soaram e três zumbis, se arrastando, levantaram e começaram a arrumação para a viagem tão esperada.

Ao Peter, pois iria ver seus pais e resolver em partes o problema com o irmão. A mim, pois iria conhecer a família dele. E ao Gabriel, bom, a ele apenas pelo fato de estar indo conhecer o litoral estrangeiro.

Na noite anterior, após a desastrosa visita de Joana, ficamos até o inicio da madrugada conversando e tentando desvendar o mistério. Não chegamos a nenhuma conclusão.

Gabriel chegou um pouco antes da meia-noite e contei a ele toda a história, então eram três cabeças pensando e tirando conclusões precipitadas até o momento em que virou piada e nos demos por vencido quando chegamos ao consenso de que Joana era vampira viciada em sangue de fotógrafos e tinha vindo buscar um pouco do sangue dele, mas como não existia mais, ela ficou aborrecida.

Peter até deu a ideia de apresentarmos o Theodoro pra ela, quem sabe ela não sugasse todo sangue daquele infeliz e ele sumiria do mapa.

Ridículo, eu sei, mas nos rendeu boas risadas antes de irmos dormir já perto da uma da madrugada.

Depois de tomarmos um café bem forte e reforçado, já estávamos mais acordados e animados.

A viagem foi feita tranquilamente, sem pormenores.

Cinco horas de voo e agora mais alguns minutos de carro.

- Você avisou sua mãe que eu e meu irmão estávamos vindo também, né? – perguntei a Peter, assim que pegamos o carro alugado e já estávamos indo sentido a casa da família, pela orla da praia.

A vista era incrível. Uma casa mais linda que a outra, quase todas com o quintal "pé na areia".

- Na verdade não. Eu estou chegando de surpresa.

Ele abriu um sorriso demoníaco nos lábios bem desenhados.

Eu quase me afundei no assento do carro, enquanto um Gabriel abobado olhava pela janela se deliciando com a vista.

- Uau! – ele expressou quando passamos por um bairro muito bonito. – Esse lugar é... não tenho nem palavras pra descrever. Acho que não vi litoral tão bonito assim nem no Brasil.

- Que isso! Pelo que eu vi em algumas reportagens, o Brasil tem umas praias lindas também, que não chegam nem aos pés daqui. – Peter contrapôs.

- Você não conhece o Brasil cara? – Gabriel perguntou meio distraído.

Peter apenas negou com a cabeça.

- Quando formos pra lá, vou te levar em uns lugares bem bacanas. Quem sabe fazer umas paradas no Nordeste. Você vai amar. – eu disse distraída também. Mas nem me dei conta de estava convidando Peter para ir ao Brasil comigo.

Acho que corei. E ele só assentiu com um sorriso bobo no rosto.

- Eu vou adorar. – respondeu por fim.

Quando chegamos a casa dos pais de Peter, em um bairro de classe alta, pensei comigo que o medo realmente te faz escravo das situações. Peter tinha sido criado em um lugar lindo e magico, e por aversão da família biológica largou tudo e foi viver na louca e movimentada Manhattan. O ser humano é realmente esquisito.

A porta da frente se abriu, assim que saímos do carro e estávamos pegando as malas na parte de trás.

Um senhor muito bonito apareceu, divertidamente vestindo um avental com a estampa de um homem pelado na frente. Eu olhei para ele e não pude deixar de rir da cena.

Preço de um recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora