Capítulo 31

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A semana seguinte, já começou bem ocupada. Na segunda-feira fizemos as fotos que havia sido adiada pela chuva no sábado. O restante da semana, foi uma espécie de preparação para nossa viagem ao Canada que havia sido marcada para a metade da outra semana.

Perfeito! Daria tempo suficiente para fazer a viagem e estar de volta quando Gabriel chegasse.

A semana de Peter também foi cheia de compromissos, o que nos limitou a conversas por telefone apenas e trocas de mensagens.

Consegui, na quinta-feira, uma consulta com uma ginecologista da cidade, indicada pela secretaria de Marcello. A Dra. Gena me examinou, estava tudo bem e me receitou um método anticoncepcional. Resolvi optar pela injeção, pois, com certeza, eu não lembraria de tomar a pílula todos os dias. Mais uma semana para a injeção fazer efeito total e pronto, Peter não precisaria mais usar aquela maldita borracha que nos incomodava.

Na tarde da sexta-feira, sentados em uma lanchonete próxima ao estúdio de Marcello para tomarmos um café, resolvo contar sobre o final de semana a ele. Quando chego a parte do possível paparazzi no restaurante Brasileiro e a conversa de Peter com seu advogado no viva voz, ele se exalta.

- Heloisa, esse homem é paranoico. – ele me olha embasbacado. – Primeiro o cara te "persegue" pela mídia, depois resolve te conquistar de qualquer jeito, até ai tudo bem, você é uma mulher linda, mas, pelo amor de Deus, porque ele simplesmente não se aproximou de você como uma pessoa normal? E outra coisa, essa historia de pavor em sair na mídia, é muito estranho. Esse cara é o que? Algum tipo de criminoso que não pode aparecer para não ser preso ou algo assim? – ele faz uma pausa e continua. – Como vocês pretendem levar isso adiante? Sempre haverá um idiota para tirar fotos de você. Ele vai ficar se escondendo sempre ou vocês não saíram juntos, nunca?

Bufo de frustação.

- Marcello, ele tem os motivos dele para não sair na mídia. E eu não vou te contar porque é um problema dele. – digo cortando qualquer tipo de esperança da parte de Marcello em que eu conte sobre a vida pessoal de Peter. – E não, ele não é nenhum criminoso para se esconder.

Tomo um gole do meu café e continuo.

- Mas você tem razão. Eu não consigo pensar em um meio disso dar certo. – suspiro. – Mas na verdade, nem falamos em futuro ainda. Ele mesmo disse a mãe que somos apenas amigos. – torço o nariz. – Acho que deve ser isso mesmo, sabe. Apenas amigos coloridos, que se encontram quando tem vontade de ter um sexo gostoso. Sei lá. Não sei mais o que pensar.

- Esse cara é louco e está te deixando louca também, Gata. – Marcello baixa o tom de voz, percebendo minha confusão mental. – E pensando bem, um relacionamento dessa natureza, nesse momento para você, só vai te trazer desgosto. São viagens, trabalhos e muita, muita exposição. Não sei como ajudar. Mas se você me perguntasse o que eu faria, eu diria que eu cairia fora enquanto há tempo, antes de me apaixonar por ele.

Encaro Marcello nos olhos e dou de ombros.

- Tarde demais! Já estou apaixonada por ele. – suspiro.

Ele balança a cabeça.

- Nesse caso, meu bem, só tem duas saídas. – ele bebe um gole de café e pousa a xicara na mesa com um cuidado exagerado. – Ou ele se liberta deste trauma, ou você embarca na onda dele e cai no anonimato. – ele apoia os cotovelos na mesa e suspira. – Mas eu sinceramente não estou disposto a perder a minha mina de ouro. – ele pisca para mim e eu sorrio.

Aquelas palavras de Marcello ficou martelando em minha cabeça pelo resto do dia.

O que fazer da minha vida? Entrar no mundo de Peter e viver no anonimato ou dar uma basta e continuar com minha vida nos holofotes?

Preço de um recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora