Capítulo 49

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Assim que Peter e Nathan saíram, meu irmão me contou que Ricardo havia ligado para ele mais cedo pois conseguiu o numero com a nossa tia, mãe da vagabunda que peguei na cama com ele, e sabe-se lá como, ele sabia que Gabriel estava aqui comigo.

Ricardo chegou a implorar para que ele desse meu numero para ele ou até mesmo meu endereço porque queria se explicar para mim.

Agora eu te pergunto. Explicar o que? Pelo amor de Deus. Não havia o que ser explicado. Eu vi com meus olhos o que estava acontecendo na nossa casa naquele dia.

Gabriel muito sabiamente, mandou ele a puta que pariu e desligou o telefone. Não antes de dizer tudo que estava engasgado na garganta dele.

Pelo menos agora, meu ex-marido sabia que não era mais bem vindo na minha família.

E quando eu digo família, me refiro a pais e irmãos, já que percebi que o filho da puta ainda tem contato com minhas tias e vai saber quantas primas minhas não estava ou está comendo por ai.

Aquilo fazia meu sangue ferver de raiva.

Eu já estava quase arrancando os cabelos de preocupação com aqueles dois. Já fazia quase duas horas que eles tinham desaparecido no meio daquela multidão e nem sinal de vida.

- A gente não devia ir atrás deles? – eu estava andando de um lado para o outro.

Kathy e Gabriel estavam sentados em um banquinho da área externa do bar.

Nenhum de nós quis sair dali e perder o momento que eles voltassem.

- Se acalma Heloisa. – meu irmão foi incisivo. – Eles devem ter muita coisa pra conversar. – levantou-se e foi em direção ao bar que agora já estava menos cheio devido ao avançado da hora. – Vou pegar umas bebidas pra gente.

Continuei ali de pé olhando para o nada, em direção ao local por onde eles saíram, esperando que a qualquer momento eles se materializassem na nossa frente.

Kathy já havia se acalmado a muitos minutos atrás e agora enrolava a barra da blusa visivelmente nervosa. Me sentei ao seu lado e a abracei pelo ombro.

Então como forma pura de descontração eu a cutuquei.

- Acho que você e meu irmão deveriam ser mais discretos. – disse como quem não quer nada, mas de uma forma divertida.

- Do-do que você está falando? – ela ficou tão espantada que chegou a gaguejar.

Eu ri alto de suas feições.

- Ai Kathy, você é engraçada. – dei uma tapinha amistoso no seu ombro e me endireitei. – Eu e Peter vimos vocês no deck hoje mais cedo. No maior amasso.

- Ai meu Deus! – disse jogando as duas mãos ao rosto tentando se esconder. – O que Peter disse?

Dei de ombros.

- Só que ia matar meu irmão. – ela arregalou os olhos e eu ri de novo. – Mas eu já mostrei a ele bons argumentos, relaxa.

Ela me olhou toda desconfiada e nesse momento Peter e Nathan voltaram. Abraçados. Com olhos vermelhos e inchados, certamente choraram muito nesse tempo que estavam fora.

Assim que chegaram até a gente, Peter largou do irmão e jogou os braços em mim, depois me beijou de forma urgente.

Seja lá o que for que Nathan contou pra ele, não era nada bom.

Gabriel chegou com três garrafas de agua. Peter e Nathan pegaram uma cada um e tomaram de uma vez só. Ainda bem que era só agua.

Fomos caminhando até o carro em silencio e assim permanecemos até chegar em casa. Murmuramos um "boa noite" uns aos outros e cada um foi para seu quarto ainda sem trocar uma palavra sobre o que havia acontecido.

A casa estava no mais completo silencio.

Tiramos nossa roupa, ficando apenas com nossas peças intimas, e deitamos na cama.

Quis dar espaço para Peter, então deitei do meu lado da cama virada para ele. Mas seus planos eram outros e ele me puxou para seu peito e me apertou com uma força anormal.

- Calma, não vou a lugar nenhum. Não precisa me matar sufocada. – disse imitando uma voz sufocada.

Peter riu e afrouxou o aperto.

- Obrigado por ficar comigo sem me questionar nada. – apenas assenti e beijei seu peito. – Não quero falar disso agora, mas amanhã eu prometo que te conto tudo.

- Não precisa se preocupar, querido. – me apoiei no cotovelo e passei a alisar seus cabelos. – Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

E eu juro que perguntei de forma genuína e sincera. Mas ele entendeu de forma maliciosa, e eu só percebi isso quando com um sorriso torto no rosto me respondeu.

- Você sempre me distrai da melhor forma.

Fui pega de surpresa quando em um impulso só, se jogou em cima de mim me fazendo deitar de costas na cama e tomando minha boca em um beijo esfomeado e quase agressivo.

Não perdemos tempo com preliminares. Apenas nos amamos de forma louca e necessitada. Três vezes.

Depois de murmurarmos "eu te amo" mais vezes do que eu pude contar, Peter enfim pegou no sono, mas a noite quente e a minha curiosidade a mil não me deixaram dormir.

Levantei devagarzinho, na ponta dos pés, e desci da cama. Precisava de um gole de água gelada.

Vesti meu roupão, abri a porta do quarto e topei com alguém no corredor escuro. Já ia soltando um grito de surpresa quando percebi que era a inocente e doce Kathy saindo, a surdina, do quarto do meu irmão.

Fiquei chocada. E tive uma crise de riso.

Minha cunhada tapou minha boca e me pedindo silencio.

- Quer acordar a casa toda Helo? – disse bem preocupada com o "sono" dos ocupantes da casa.

Sei!?!

Descemos juntas para a cozinha e enquanto eu abria a geladeira e pegava uma jarra com água, Kathy tentava se explicar.

- Não aconteceu nada, Helo. Eu juro.

Tomei um longo gole da minha água e passei o copo pra ela.

- Eu não tenho nada ver com isso Kathy. – disse levantando minhas mãos em forma de rendição. – Mas toma cuidado. Não quero complicação para mim. Meu irmão volta para o Brasil daqui uns dias e quem vai sair machucada disso é você.

- Eu sei. – disse de forma derrotada. – É que o Gabriel não liga se eu tenho curvas ou não, ele disse que me acha linda assim. – e o sorriso que ela abriu foi de cortar o coração.

- Você É linda. – tomei o copo vazio da mão dela e enchi novamente. – Já disse isso a você umas trezentas vezes desde que cheguei aqui e você não acredita.

Ela assentiu e bebeu mais um gole de agua.

- Você vai contar para o Peter que me viu saindo do quarto do seu irmão?

- Claro que não. – fui incisiva. – Já disse que não tenho nada ver com isso.

- Obrigada. – me abraçou forte e eu beijei sua cabeça.

- Vamos dormir menina. Amanhã o dia promete.

Subimos para os quartos e dessa vez eu me certifiquei de que ela entrasse no dela e não no de Gabriel. Pensando bem, nada impediria ela de voltar para o quarto dele se quisesse.

Meu Deus! Que família agitada.

E com esse pensamento divertido na minha cabeça peguei no sono ao lado do homem mais lindo do mundo. Meu Deus Latino.

Preço de um recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora