A Plebeia Coroada

⚜ Prólogo ⚜

Meados do século IX

Reino de Coralia
País-ilha ao sul do Brasil
Dinastia Williams

Eu estava com a minha respiração muito ofegante. Sentia uma dor agoniante no peito. Meu corpo tremia de medo e raiva. Corria pelo vasto corredor do palácio de Coralia com muita velocidade.

Até aquele momento a única coisa em que eu conseguia pensar era em minha irmã. Eu queria salvar a sua vida a qualquer custo. Mesmo estando em um lugar indesejado pelo meu coração. Porque eu nunca quis ser uma princesa.

Não conseguia prestar atenção em nenhuma pessoa que passava por mim pelo corredor. Eu estava esbarrando em tudo para chegar ao salão de festas, onde estava toda nobreza a espera da inicialização do baile.

Eu subo as escadas e escuto a voz do senhor Fílipy anunciar as princesas. É anunciado o meu nome quando estou no meio das escadarias.

As forças não estão mais em meu corpo. Sinto que não vou conseguir chegar a tempo. Até que paro, fecho os olhos e lembro da Lucia desmaiando em meus braços. Enquanto eu não pude fazer nada para impedí-los de ferí-la. Me concentro, abro os olhos e respiro profundamente. Eu precisava ser forte.

- "Eu preciso que você me ajude minha irmã." Murmurei várias vezes. Segurava o colar pendurado em meu pescoço com a foto da Lucia.

Eu sou capaz de lutar contra meus maiores medos para ter minha irmã de volta. Lucia é a minha única família e só por ela que eu estou aqui.

Em pouco tempo, sem perceber que ainda tinha força para continuar a correr, eu me encontro descendo as escadas do salão de festas com centenas de altezas, majestades e nobres me encarando...

- Queridos coralianos acredito que a nossa última dama não pôde comparecer. - O senhor Fílipy estava de terno preto, esbanjava elegância e segurava uma envelope dourado.

- Espere, senhor Fílipy! - Gritei ao descer os últimos degraus da escada. Tentava buscar fôlego e o vi virando-se para me olhar, assim como todos fizeram. - Eu estou bem aqui. - Caminhei lentamente para perto de outras damas e dei um longo suspiro para tentar manter a calma.

Observava toda a nobreza, realeza e majestades a minha frente me encarando e murmurando alguma coisa sobre mim com quem estava ao redor.

Eu pensei que todos haviam odiado o meu atraso para o momento mais esperado do ano. O baile em comemoração a volta do príncipe. Se é que posso chamar aquilo de príncipe.

Mas eu estava errada. Além de odiar a minha falta de incumbência, estava estampado no rosto de cada um o quanto me desprezaram. Percebi isto quando me olhei em uma das telas que apresentavam o baile para toda a população fora dos portões do palácio.

Com a minha maratona inesperada, meu vestido estava amassado, meu cabelo bagunçado, estava suada, meu salto havia virado uma sapatilha e o resto... Um completo desastre!

Eu olhava para todos os presentes e tentava sorrir. Mas não tinha como fazê-lo. Não naquele momento e muito menos pelo momento complicado que estava a minha vida.

O baile é apenas o começo de um felizes para sempre que procuro a tempos.