⚜ Capítulo 40 ⚜

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Príncipe Lucas Williams, narrando.

"Tenha um coração humilde até mesmo com quem te faz mal".
Príncipe Lucas Williams,
A plebeia coroada.

Eu pensava que minha alucinação era apenas para a Anabella. Mas depois do que eu vi... Depois do que eu escutei das crianças... Continuo alucinado pela realidade que meu pai criou para mim. Como pude ser tão burro! Tão submisso a ele! Eu não quero ser um rei igual ao Ferdinand! Meu reino não viverá na miséria como está agora. Não sou mais um alienado da sociedade me imposta! Sou o príncipe Lucas. Futuro rei de Coralia.

- Como pode ser tão frio? - Questionei ao Ferdinand que me olhava todo superior.

- Os plebeus de Coralia são apenas meus porcos. - Ele não disse isto!

- Seus porcos? Eles são pessoas! São gente que passam fome! Que necessitam do rei idiota deles para sobreviverem! Para que você subiu ao trono, então? - Disse incrédulo.

- Por obrigação. - Sorriu, perverso com uma taça de vinho tinto na mão.

- A onde foi que eu estava? Onde eu estava para não perceber como o meu povo sofre? - Eu estava indignado.

- Você estava a onde eu queria. No mundo criado por mim. - Sua risada sarcástica me fez explodir de raiva.

- Eu não posso acreditar. - Engasgo. - Você não pode ter sido sempre assim a minha vida toda! Não pode! - Balanço a cabeça, negando.

- Você não vai chorar agora, não é? Ora Lucas se comporte como um Williams. - Disse, colocando os pés sobre a mesa do escritório.

- Um Williams como você? Nunca! Jamais! Meu trono nunca será igual o seu! Você destruiu Coralia! - Que asco!

- Seu trono será o meu trono. Continuará sendo meu mesmo subindo a ele. Porque eu mando em você! Você pertence a mim, filho ingrato! - Gritou, levantando da cadeira e segurando meu braço.

- Nunca! - Esmurro a mesa.

- Acha mesmo que não? Ouse me enfrentar e eu ousarei a te mostrar quão mal eu posso ser. Inclusive faço questão de começar com a plebeia. - Meu coração disparou.

- Não ouse em tocar nela! - Gritei.

- Se ela for apenas uma aventura, fique tranquilo. Eu também gosto de mulheres com ela. - Sorriu.

- Suspirei. - Ela nunca foi a minha aventura. - Digo trancando os dentes um no outro.

- Aquela plebeia é linda. Digamos, perfeita para varias noites. Uma safada como todas as outras plebeias. - Ele deu uma profunda risada, fazendo apenas eu perder o controle.

- Se tentar machucá-la, eu não exitarei em mandar você para o inferno. - Minha mão é lançada em um forte soco em seu rosto.

- Risadas saíram de sua boca. - A onde será que ela está agora? - Terminou dizendo, limpando sua boca ensanguentada.

Dei uma longa encarada nele. Abri a porta do seu escritório e corri para o aposento de Anabella. Já era dez e meia da noite, as luzes estavam todas apagadas, por isso, tropeçava e se esbarrava em tudo ao meu caminho.

Meus pensamentos estavam fixos nela. A angustia me consumia a cada instante. Eu queria de qualquer maneira vê-la. Mas ao chegar no corredor dos aposentos, dois guardas faziam a vigia.

Voltei meus passos bem devagar para trás e encostei na parede. Respirei fundo e olhando para o relógio da parede retornei para o meu aposento. Porque eu sabia que a ronda ficaria ali por mais meia hora.

A Plebeia CoroadaOnde histórias criam vida. Descubra agora