A Plebeia Coroada

⚜ Capítulo 35 ⚜

FINAL
Anabella Campbell, narrando.

"E se amar um príncipe fosse um risco? E se você tivesse que se separar de quem ama?
O que você faria?"
Anabella Campbell,
A plebeia coroada.

Sabe o amor? Este sentimento que todos conhecem. Mas poucos realmente sentem e fazem acontecer de verdade. É exatamente este sentimento que percorre todo o meu corpo quando eu escuto a respiração dele, sinto o seu cheiro, vejo os seus olhos apaixonados, o seu sorriso encantador, sinto suas mãos me acariciando e o seu corpo junto ao meu. Quando ele me deseja da mesma maneira que a minha ou quando prefere morrer em meu lugar.

Isto tudo não se escreve, decifra ou se coloca na cabeça de alguém. O amor é indecifrável a qualquer pessoa deste mundo e o único capaz de mudar histórias.

Eu confesso para você que eu ainda tinha dúvidas sobre o que era, como e por que ser amada por alguém. Confesso que nunca desejei ser amada e nem amar um homem. Mas o Lucas apareceu na minha vida para mudar todo o meu conceito sobre o amor. Ele me ensinou a conhecer esta arte de uma maneira rara.

Quando eu senti que poderia perdê-lo, foi ali e naquele momento, que eu percebi... Eu amo o Lucas. Eu verdadeiramente o amo e não quero mais nenhuma forma de amar em minha vida.

Pela primeira vez eu fiquei com medo de perder alguém que não fosse a minha doce Lucia. Eu não quis perder o Lucas.

Agora eu receio pela vida dele, por seu trono e súditos. Eu não queria estar nesta realidade. Mas como não posso fugir dela, a única coisa que eu tento fazer é enfrentar todo este mar de injustiça e egoísmo da realeza e nobreza.

Querer nos separar é injusto! Querer nos obrigar a obedecer é horrível! Querer nos fazer seguir apenas um caminho é maluquice! Nos fazer ter vidas tristes é imperdoável!

Eu não sei o que acontecerá conosco aqui na prisão real. Não sei quais as decisões serão tomadas por eles. Tenho medo de perder o Lucas ou dele me perder. Não quero morrer se não for com ele. Muito menos viver se não for com ele.

Já é de noite e ainda estamos da prisão whiteana. Estávamos bem próximos um do outro para nos aquecermos. A umidade em Whitemore, principalmente na prisão e apesar de lá o clima ser menos frio que em Coralia, era intensa e congelante. O cheiro de mofo era forte, as teias gigantes de aranha cobriam todo o local e ratos circulavam livremente.

Eles não nos deram nenhuma água ou cobertor desde que chegamos. A única coisa que um guarda nos trouxe foi uma maçã. Mas eu não a comi, exceto o Lucas que tragou a fruta de uma vez. De certo querem nos deixar fracos e incapazes de nos defender ou fugir.

Lucas está dormindo pela primeira vez, desde que chegamos aqui. Ele não aguentou. Estava exausto e só por isso pegou no sono sem perceber. Insiste em querer me proteger, mesmo eu dizendo que sei me defender sozinha. O amor dele é um mistério para mim.

- Ana. - Lucas sussurrou para mim.

- Sim, Lucas. O que houve? - Tiro minhas mãos da grade e me viro para ele.

- Eu não estou me sentindo muito bem. - Ele ergue sua mão em minha direção.

- Eu a seguro e me ajoelho do seu lado. - Eu estou aqui, Lucas. Por favor, me diga o que está sentindo? - Perguntei em pânico.

- Eu estou com uma forte dor na cabeça, meu corpo está dolorido. Acho que estou ficando doente. Não quis te contar para não te preocupar. Mas não estou mais aguentando. - Respondeu.

- Alguém! Eu preciso de ajuda! Rainha Helena! Guardas! - Eu o encaro e sem saber o que fazer começo a gritar.

- Ana. - Lucas murmurou.