⚜ Capítulo 5 ⚜

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"Infelizmente as pessoas podem ser mais cruéis do que aparentam ser".

Anabella Campbell,
A plebeia coroada.

Assim que cheguei na casa dos Duarte, entrei pelas portas do fundo. Lola foi a primeira a me avistar. Todos estavam a minha espera para saber como eu estava me sentindo depois do ocorrido na noite passada.

- E aí? Você está bem, Anabella? - Ela me perguntou com cara de piedade.

- Sim. Não será a primeira e nem a última vez que a Heloísa fará isso com seus criados. - Murmurei.

- Melhor não dizer estas coisas aqui. Tem muitos criados que a veneram. Isso só iria piorar a sua situação. - Ela tampa a minha boca com as suas mãos, olhando para os lados com cautela.

- Eu me esqueci. Tem toda razão. Eu preciso muito desse trabalho. Eu convivo com os Duarte já faz muito tempo. Mas por causa de uma festa idiota, eu estou nesta situação. Preste a ser mandada embora. - Resmungo.

- Eu queria poder te ajudar, Anabella. Mas não posso. Eu preciso desse trabalho tanto como você. - Ela sorriu, triste.

- O pior é que o Dia do Rei está chegando. Eu preciso do meu williams para consegui pagar os impostos, Lola. - Digo.

- Aí. Eu tinha me esquecido. Graças a Coralia, eu já consegui juntar todos os williams para dar ao recolhedor. Eu estou tão feliz. Mas é uma pena que ainda não tenha conseguido. - Ela diz.

- Ainda bem que conseguiu e pode respirar sem o medo de morrer. - Digo.

- Sim. Mas fique tranquila, Anabella. Hoje é o dia do nosso pagamento. Logo poderemos comemorar. Você vai ver. - Ela me abraça para me consolar. - A senhorita Heloísa e os Duarte estão te esperando no escritório. Acho melhor você se preparar, Anabella. Eu sinto muito mesmo. Mas pelos surtos da senhorita Heloísa de manhã, a coisa está bem ruim para você. Você mais que ninguém conhece ela. Ela sabe como convencer a todos. Boa sorte. - Ela me abraça de novo com mais força.

- Obrigada. - Murmuro, presa em suas palavras.

Saí da cozinha rapidamente e me dirigi para o escritório do senhor Duarte. Eu teria que ser forte e implorar por piedade a eles. Eu respirei fundo, quando avistei a porta do escritório. Bati de leve para demonstrar minha tristeza e escutei a voz da senhora Antonieta me pedindo para entrar. Respiro mais profundo ainda e entro para encarar a minha realidade.

- Com licença, senhores Duarte. Mas eu fui informada que gostariam de falar comigo. Como posso ajudar os senhores? - Pergunto, assim que entrei e fechei a porta.

- Sente-se aqui, Anabella. - Disse a dona Antonieta me fazendo se sentar na poltrona próximo a janela.

- Não! - Gritou Heloísa. - Se ela se sentar, vai acabar acreditando que é uma nobre como fez ontem. - Concluiu, me encarando com raiva.

- Certo. Fique a onde está. - Disse, dona Antonieta. Eu me permaneço perto da porta de novo.

- Como desejar, senhora. - Eu estava ignorando a Heloísa. Eu não queria causar mais uma discussão. Porque eu não queria perder o meu trabalho.

- Você tem noção do causou ontem? Você acabou com a festa de noivado da minha filha. Depois de tudo que fizemos por você, Anabella Campbell. - Ela contraiu a dor da filha. A dor de Heloísa para ela. Este será o meu fim.

A Plebeia CoroadaOnde histórias criam vida. Descubra agora