⚜ Capítulo 51 ⚜

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Príncipe Lucas Williams, narrando.

"Salve-se de si mesmo quando necessário".
Príncipe Lucas Williams,
A plebeia coroada.

Quando vi a Ana se despedindo de mim, foi ver uma parte do meu coração ser arrancada. Mas se não tivesse a certeza de voltar para ela, eu nunca teria partido. Nunca teria abandonado a minha Ana para me aventurar sozinho em busca do meu avô.

A saudade me consumiu a cada segundo distante dela. O meu coração se despedaçou a cada passo que me distanciava. Mas eu sabia que o meu amigo a manteria segura assim como a senhorita Lucia e a senhora Campbell. Apesar da Ana ser teimosa, Dimitri não deixaria ela voltar ao palácio.

O caminho para encontrar o meu avô foi turbulento. Eu vivia me escondendo dos soldados. Preferi deixar Solitário com um cocheiro para depois buscá-lo quando retornasse, já que os soldados do Ferdinand conheciam o meu cavalo. Andei a pé até conseguir uma carona na carroça de um viajante. Fiquei seguro ao seu lado por pouco tempo. Porque eu não imaginaria que este mesmo senhor me entregaria aos homens do Ferdinand por williams assim que descobriu minha verdadeira identidade.

Foram momentos terríveis. Eu pensei que não sobreviveria. As ordens do Ferdinand eram claras. Matar o seu primogênito. Então os soldados me amarraram na floresta e começaram a me bater sem cessar. Quando eles perceberam que eu não aguentaria mais passar pelos procedimentos de tortura, me soltaram para mim fugir. Eu achei estranho as suas atitudes. Mas não pensei muito e comecei a correr o mais rápido que pude. Até ser golpeado nas costas por uma flecha e cair de barriga para cima.

Quando eu senti aquela ponta entrando em mim, pensei que morreria sem a chance de ajudar o meu povo e construir uma família ao lado da Ana. A flecha acertou o meu ombro, fazendo um corte profundo em minha pele.

No momento fingi um desmaio e torci para nenhum dos soldados se aproximar para verificar se eu havia morrido mesmo. Poucos minutos depois eu escutei os seus passos se afastando. Enquanto a dor me consumia me viro, vendo que eles haviam ido embora sem se aproximar de mim.

Eu fiquei ali, tentando me mexer com muita dor e quando não tinha mais forças me lembrei de todos que ainda precisavam de mim. Uma hora depois eu consegui me levantar e caminhei cambaleando para um rio. Consegui arrancar a flecha, lavar meu ferimento e colocar as ervas curativas dada pelo Dimitri no momento em que partir. Depois de fechar bem o ferimento, acabei desmaiando.

Quando acordei pela manhã, eu estava deitado dentro de uma cabana ainda na floresta. Os moradores da cabana, uma família de casal com um filho, me acharam desmaiado e me acolheram.

Eu fiquei com eles até me recuperar e depois continue com o caminho que me levava a vovô, avisando aquelas pessoas que as ajudaria como fizeram comigo. Mas elas não entenderam, pois, não sabiam que eu era o príncipe de Coralia. Porque quando sua casa foi incendiada por recolhedores, por não pagarem os impostos, eles deixaram a província para morar na floresta. Não souberam de mais nada sobre o reino nos últimos dois anos.

Encontrei o meu avô Antony acompanhado pela minha avó Margareth em Morali. Desde que desapareceram vivem aqui como pessoas simples. Não fazendo mais parte da família real de Coralia. Os dois são comerciantes de pães e doces.

Quando cheguei em sua casa, fui surpreendido por milhões de abraços que só os avós conseguem dar. Depois de me instalar contei tudo o que aconteceu desde que eles se foram de Coralia.

A Plebeia CoroadaOnde histórias criam vida. Descubra agora