⚜ Capítulo 7 ⚜

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"O amor não deveria ser imposto como obrigação".

Anabella Campbell,
A plebeia coroada.

Passei a noite em claro. Andando por toda a Coralia, implorando para os nobres aceitar o meu trabalho. Mas de alguma maneira, Heloísa já tinha convencido a todos de que eu era perigosa demais para trabalhar para a nobreza. Mesmo eles conhecendo e eu relembrando sobre a lei de trabalho aos plebeus. Ao invés de isso me favorecer, os nobres interpretaram como uma ameaça. Não houve um que não me expulsasse de sua casa.

As horas se passavam e eu só conseguia pensar na Lucia. Como ela deveria estar, se estava com febre, se a gripe voltou, se ela comeu, se estava com frio ou chorando, até mesmo se eles a machucaram. Era uma tortura!

Eu já não sabia mais a onde procurar por ajuda. Por mais que eu tenha tentado, foi inútil. Não consegui os Williams que faltavam para pagar ao recolhedor Max.

Agora estou na frente de minha casa, sentada na frente do portão, depois dessa noite exausta e sem dormi. Criando forças para entrar e ver o rosto triste e em lágrimas de tia Stela. Depois que Lucia foi levada de nós, ela não parou de chorar. Disse que a culpa foi dela. Porque a Lucia a convenceu a deixa-la sair do aposento e implorou para que titia não saísse de lá.

Entre meus devaneios, está a voz de alguém me chamando, gritando por mim. Mas eu ainda preferiria me permanecer sentada aqui procurando uma solução sem fim.

A voz fica mais alta e enjoativa aos meus ouvidos. Por isso, deixou de ignora-la e ver a quem pertencia.

- Senhorita Anabella! - Gritou novamente.

- Sim! - Exclamo, voltando a terra. - É você, Piter Black. Por que está gritando o meu nome a essa hora da manhã? Quer acordar minha tia? Ou melhor quer acordar a todos da província? Me desculpe, mas eu já prejudiquei pessoas demais para prejudicar mais um milhão de plebeus. - Digo com raiva e ao mesmo tempo desanimada.

- Me perdoe. Não queria incomodar a senhorita. Mas eu a vi aqui, parada sem se mexer e... Eu pensei que havia acontecido algo com a senhorita. Agora tenho certeza que aconteceu. Está faltando o seu sorriso encantador em seu rosto. - Ele me analisava de cima a baixo.

- Por favor, Piter. Não. - Murmuro.

- Todos da província já sabem. - Ele murmura.

- Sabem? O que todos da província sabem? - Aquilo me chama a atenção.

- Sabem o que aconteceu com sua família. - Continua a murmurar.

- Piter. Seja mais específico, por favor. - Me levanto do chão e o encaro.

- Todos nós sabemos que pela primeira vez o imposto de vocês não foram pago ao recolhedor Max. Justo quando eles decidem aparecer do nada, antes do Dia Negro. Todos sabem que a Lucia foi presa e levada contra a vontade de vocês para a prisão do rei. - Aquilo fez meu coração arder de rancor.

- Sim. É tudo verdade. Meu mundo desmoronou em apenas três noites, Piter. - Digo, chorando.

- Não fique assim, senhorita Anabella. - Ele se aproxima de mim, toca em meu rosto, seca minhas lágrimas e sente a liberdade de me abraçar.

- Eu não sei mais o que fazer. A Lucia não pode ficar naquele lugar frio e sem proteção. Três noites atrás, ela estava com uma febre muito alta. Ela tem uma saúde muito frágil. Todos sabem disso. Menos a... e aqueles que deveriam... Eu só quero a Lucia de volta, Piter. - Digo, soltando de seus braços, enquanto ele me segurava.

A Plebeia CoroadaOnde histórias criam vida. Descubra agora