⚜ Capítulo 24 ⚜

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Anabella Campbell, narrando.

"E se a sua única opção fosse fugir? Fugir do mundo, de tudo e todos?"
Anabella Campbell,
A plebeia coroada.

Meu coração está acelerado. Como posso lutar contra tudo que eu estou vivendo? Como posso conhecer o amor se eu tenho medo? Como posso acreditar no príncipe Lucas se eu não acredito em mim mesma? Como posso acordar desse pesadelo se eu preciso estar nele? Como posso enfrentar meus medos sem prejudicar quem eu amo?

- Me ajude! - Assim que virei o corredor me esbarro em Dimitri.

- Calma. O que está acontecendo, senhorita? - Ele me perguntou olhando ao meu redor.

- Conhece algum lugar onde ninguém poderia me achar? - Perguntei, sentindo os passos do príncipe vindo em nossa direção.

- Eu conheço um lugar. Mas acho que a senhorita não pode sair desta parte do palácio. Não são as regras do Seja Real? - Me questionou.

- Eu preciso sair daqui agora. Por favor. Por favor senhor Dimitri, me ajude. - Supliquei. - Eu só posso confiar em você agora! - Eu seguro em sua mão.

- Se eu ajudar a senhorita... - Ele faz um sinal de ruim com a cabeça. - Nós vamos nos meter em confusão... - Suspirou. - Quer saber... Me siga, senhorita Anabella... - Eu corro atrás dele.

Depois de corrermos sem parar, nós nos dirigimos para uma parte do palácio onde só os plebeus, servos do rei, andavam. Era como se eu tivesse voltado a minha vida de antes. Tanto que dei um longo suspiro me sentindo em minha realidade.

Entramos na cozinha, estava tudo escuro, os plebeus já haviam se retirado. Era meia noite, a lua estava cheia e brilhante. Desde que cheguei aqui não tive tempo se quer para admirar uma simples lua. Estar aqui neste ambiente, é como ter de volta o que roubaram de mim sem piedade. Meu mundo, minha vida, minha família.

- A lua está brilhando muito além do que ela é costumada a brilhar, não é? - Indagou Dimitri ao se dirigir para janela onde eu estava.

- Sim. Por uma única noite eu gostaria de ser a lua. - Coloquei meus cotovelos sob o apoio da janela.

- Me acompanha? - Dimitri vai até a mesa e me estende uma taça de espumante.

- Sinto muito. Eu não estou acostuma a beber este tipo de bebida. - Balanço a cabeça com vergonha.

- Nem eu. Mas eu estou percebendo que a senhorita não está feliz. Quem sabe este espumante te traga a felicidade de volta. - Com a mão dele estendida para mim não recusei e peguei o espumante.

- Obrigada. Mas duvido muito que uma bebida possa aliviar as nossas preocupações. No máximo ela anestesia os nossos pensamentos. - Dou o primeiro gole enchendo meus olhos de lágrimas. O espumante passou pela minha garganta de forma ardente.

- Por qual motivo a senhorita seria a lua? Ela é tão fria e solitária. - Indagou.

- Apesar da lua ser fria e solitária está sempre com o mesmo brilho. Ela se tornou a única luz no meio da escuridão. Eu queria ter a força dela para sobreviver a este inferno. - Murmurei.

- Sente-se, senhorita Anabella. - Me sento na cadeira e ele também se acomoda do meu lado. - Posso saber do que a senhorita estava fugindo? - Meu coração disparou ao me lembrar que a qualquer momento alguém poderia vim até a cozinha e me arrancar dali.

- O senhor assistiu ao Seja Real de hoje? - Se ele não viu não tem porque eu contar.

- Eu disse para senhorita que assistiria por estar nele. Mas tenho que te confessar que eu detesto o Seja Real mais do que imaginava. Devo ser o único desse reino que não assiste. Enquanto todos param para ver o Seja Real, eu aproveito para ir a biblioteca e ler. - Ele lê? Isto é surpreendente.

A Plebeia CoroadaOnde histórias criam vida. Descubra agora