Capítulo VI | Senses

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[Leiam a nota final, é realmente importante! Desculpa qualquer erro, espero que entendem o efeito. Boa leitura ♥]

//SEN•TI•DOS// 1 Pesaroso 2 Em princípio de putrefação 3 faculdade pela qual se percebem, pela ação de órgão específico, sensações de origem interna ou externa 4 senso.

C A P Í T U L O VI

" "O mundo está cheio de coisas obvias, que ninguém, em momento algum, observa!" Arthur Conan Doyle

Tudo estava escuro.

Pequenos e quase invisíveis pontinhos, como pixels, eram alinhados em minha vista. Ainda assim, escuro.

O meu corpo vibrava e se mexia, quando o carro andava sobre o asfalto ruim e gastado. A venda estava a tapar os meus olhos, como sempre, e a escuridão, como eu dizia, reinava em minhas vistas.

Eu tinha uma maneira especial de ver a escuridão, enquanto uns sentiam medo dela, eu a admirava por outro lado. A escuridão encobria as minhas feridas e pensamentos passados. Curava os meus pesadelos ao acordar sobressalto e assustado se perguntando se era real toda a cena, então você se vê em seu quarto, escuro, e percebe que ainda é noite. Que tudo não passava de uma cena em que seu cérebro pregou-lhe a peça, o assustando e relembrando quê, se você sonhou com isso é porque estava preocupado demais com tal.

A escuridão fazia-me apreciá-la pela sua beleza sombria e em como fazia-me ter saudades do tempo em que minha mãe ficava até tarde ao meu lado na cama, esperando o meu sono chegar, livrando-me do bicho papão do canto do quarto. Mas havia, também, aqueles momentos em que eu tinha medo. Momentos em que eu percebia estar sozinho no meio da noite e que ela não estava lá para proteger-me.

E novamente, estaria escuro.

Eu podia supor que estávamos a mais de 110 km por hora, o carro vibrava com os buracos da estrada e a risada do Dan suava com isso. Ele adorava acelerar e de alguma forma nós tínhamos isso em comum.

Temporariamente, eu estava sem carro, mas quando tinha os meus momentos rebeldes adolescentes com o Louis, em quê pulavamos a cerca que dividia o ferro-velho, pegávamos "emprestado" a caminhonete de John Hogers e andávamos pela costa de Holmes Chapel em estrada de terra.

Corríamos muito.

John era um cara legal, que com os seus habituais jeans xadrez e cabelos claros oleosos e grisalhos, morreu de câncer. Neste dia, eu e Louis lavamos a sua caminhonete e deixamos um maço de Blackberrys no porta luvas, como uma pequena homenagem ao cara que comprava M&M's e licor para nós os dois. Mas além do álcool, Jonh estava sempre a nos ajudar em alguma encrenca que envolvia no Louis à irritar alguém.

- Levanta. - Peters diz ao meu lado e assim o faço, sentindo as suas mãos nos meus ombros, empurrando-me para um caminho incerto.

- Não tem necessidade de amarrar. - A minha voz sai rígida com os movimentos de Peters atrás de mim. Ouço o assobio do Dan, enquanto perambula por aí e a minha pálpebra começa a doer com o aperto da venda.

- É melhor prevenir...- Murmura amarrando as minhas mãos.

A palavra prevenir faz com que um sorriso sinistro cresça em meus lábios, apenas por diversão. O Peters já está ao meu lado, guiando-me pelo caminho que desconheço apesar dos cinco anos que venho aqui, com isso, penso na necessidade de amarrar as minhas mãos.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora