Capítulo XV | Watch

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//A•SSIS•TIR// 1 Estar presente; comparecer 2 Acompanhar visualmente, ver, testemunhar.

C A P Í T U L O XV

Havia se passado uma semana. Uma semana desde o quase beijo e uma semana desde que não voltei a me encontrar com Florence Hemingway.

Na verdade, a vi por alguns dias, entre outros, a colocar cartas no correio de outra pessoa, à atender os clientes no café sem se importar com a minha presença na habitual mesa dos fundos. Vi Florence na pequena praça que havia perto dos trilhos e da pequena ponte, sentada em um banco com uma câmera profissional nas mãos a mirar em qualquer coisa. De vez em quando, conseguia ver-lhe com um sorriso nos lábios a falar com a morena, da voz irritante, que trabalha consigo.

É claro que eu não estava à perseguir-lhe.

Tive estas visões pelas saídas dos serviços, que agora, estavam a ficar cada vez mais perigosa e frustrante. Steve tem nos acompanhado à mim, Louis e Peters nas cobranças, acabando sempre em se divertir, como em apontar uma arma na cabeça de alguém. Eu o controlava para não tirar uma vida, enquanto que Louis e Peters procuravam algo para pagar a dívida.

Em uma noite, Dan nos avisou que o trabalho seria diferente. Mandou à mim e Peters para acompanhar Steve e eu não sabia do tráfico até o momento em que ficamos eu e Peters encostados ao beco, de olho no caso de alguém descobrisse o ponto do que seria para tráfico. Steve Connor vendia em pequenas quantidades as substâncias que Dan fornecia. Achei estranho que Dan deixasse o trabalho para Steve, mas ao ouvir de Peters que ele estava ocupado com o cara das cicatrizes, entendi.

Tinha a impressão de que Dan planejava algo grande com o tal homem e que isso iria nos envolver, pelo menos à mim e ao Peters. Louis trabalhava à noite no bar e só de vez em quando aparecia. Isso era quando Dan dava pela sua falta e isso não acontece muitas vezes. Eu meio que tinha inveja dele por passar tão despercebido pelo grandalhão.

Ouvi Peters dizer também o seu nome, o nome do homem que me lembrava usar as galochas.

Bruce...— Dizia ele com um cigarro nos lábios. — Bruce está de volta. Era um grande parceiro do Rogers, acho eu, e parece que está a seguir o filho dele agora. — Peters dizia para Steve Connor que girou a arma em suas mãos e sorriu com as suas palavras:

— O quê será que eles planejam?

— Não sei, mas acho que já estamos dentro.

A escuridão da noite permetia ver um sorriso dançar nos lábios de Kurt Cobain ao meu lado.

— Só espero que tenha ação como antigamente. Não via a hora de sair daquela maldita prisão para sentir de novo aquela adrenalina. — Steve sorriu com suas palavras.

Na mesma noite, Peters foi embora e somente Steve, Louis e eu ficamos para cobrar uma dívida, que por acaso, não deu tanto trabalho. Em uma conversa, começada por um olhar, descobri a razão pela qual Steve Connor tirou a vida da namorada.

Descobri da forma mais estranha e surpreendente pelos seus lábios finos. Descobri que Steve teve uma razão idiota e assustadoramente, motivada pela loucura de sua mente bagunçada e insana.

Passamos ao lado do café durante o caminho, e lá estava ela à conversar com a morena. Tinha um sorriso nos lábios vermelhos, os cabelos soltos e dessa vez, não usava calças. Florence vestia umas saias preta que vinham do meio de sua cintura e acabavam a meio de suas coxas. Estava mais linda do que de costume, mas deixei os meus pensamentos de lado ao ouvir as palavras de Steve.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora