Capítulo XXXXXXII | Puzzle

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[desculpem qualquer erro]

//E•NI•G•MA// 1 Coisa difícil de definir, de conhecer a fundo, de compreender 2 [Figurado] Frase obscura, de significado complicado ou impossível de entender 3 Pessoa difícil de se compreender, com sentimentos ou ideias misteriosas e incompreensíveis.

C A P Í T U L O XXXXXXII

Na segunda noite em que ficamos juntos, a curiosidade em querer conhecer cada parte de si dominava meus pensamentos e minha língua. As perguntas saiam e eu queria saber tudo sobre a garota que eu amava. Mas algo naquela madrugada deixou-me inseguro e cheio de questões. Quando encontrei-te na floresta, você relatou fatos quando eu não estava lá e coisas aconteceram. Eu estava "fora", "voltando". Senti que a descoberta sobre isso estava cada vez mais próxima. Senti medo sobre suas dúvidas, suas questões. Isto era culpa do tempo.

O tempo estava a deletar-me.

Tudo que um dia pode ser verdade,passa primeiro por ser um enigma.” Jaak Bosmans

F     L    O    R     E     N

Ele deixava seu olhar hipnotizar os meus, e nesse ritmo, o verde levava o azul a um universo paralelo, onde do outro lado ainda era o mesmo, mas havia um certo mistério. Este infinito mistério dentro do olhar de Harry que não deixava os meus por nada, enquanto seus dedos tocavam meu rosto com serenidade. O seus cabelos foram tomados por uma de minhas mãos e só assim pôde fechar seus olhos.

Antes todas as questões se provia de uma: "o que estamos a fazer?". Onde se refazia por vários atos, quando ele ajudava-me, beijava-me, olhava-me, tocava-me. Mas o tempo estava a passar tão rápido quanto o sol que aparecia e desaparecia entre as nuvens para um ventania estranhamente invernal. Juntamente com ele, os pensamentos, os atos, as opiniões e os olhares. A pergunta já não era mais "o que", mas "por que".

Nós ainda estamos acordados apesar da madrugada na longa noite. O meu coração ainda disparava a cada olhar dele, a cada suspiro e pequenas palavras sussurradas no silêncio. Tudo parecia tão normal, não havia problemas passados, nem futuros, não havia desconfiança ou inseguranças, estava calmo, e eu desejava que este momento fosse eterno, apenas para que pudesse responder todas perguntas atenciosas de Harry sobre meu coração ou para poder apreciar seu toque curioso, seu olhar intenso, e sua pulsassão quando ele deitava sua cabeça em meu peito para poder ouvir meus batimentos cardíacos. Eu podia ouvir o dele também. Era tão tranquilo e seguro, um coração pleno e bom guardado no peito do rapaz mais cuidadoso e atencioso que eu já havia conhecido, mesmo com seus defeitos.

—...Deixei de usar os aparelhos quando já conseguia o controlar. Aos poucos também não precisei mais dos tratamentos, e hoje apenas tomo algumas pílulas para qualquer interrupção inesperada. — Conto no silêncio, respondendo à uma de suas questões sobre esta arritmia, e minha voz soa rouca e falha devido a altura mínima para ele ouvir.

— E já aconteceu alguma interrupção? — Harry apoia sua cabeça na mão mantida pelo cotovelo contra o colchão, e tem seu corpo totalmente virado para mim.

— Sim. Algumas vezes...— Me debruço no travesseiro. — Acho que isso acontece porque faz parte. O coração já está exausto e a medicação apenas o acalma.

— Exausto?

— Um coração velho. — Meio que sorrio.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora