Capítulo XXXXXXXVIII | Physicist

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//f•í•s•i•c•o// 1 Que pertence à natureza, à matéria 2 Efetivo, material 3 Relativo ao corpo do homem 4 Especialista em física.

C A P Í T U L O XXXXXXXVIII

Tudo a nossa volta parecia mostrar que estava perto de descobrires, mas sempre havia mais e mais para saberes sobre mim. E se eu não lhe dava as respostas, o tempo, sim o tempo, lhe dava.

Minha pequena pulsação de beija-flor.

Ainda que o bem que persigo esteja distante, contudo existe.” Confúcio


Ele vestia um sobretudo preto com capuz, suas mãos estavam escondidas no bolso e apesar da sombra sobre seu rosto, eu sabia que ele olhava diretamente para mim. Mesmo eu estando dentro da casa, protegida por uma cortina branca na janela do quarto. Mesmo depois de ver-me alguns minutos atrás.

E foi assim nos próximos seis dias sem meu avô. Senti-me observada, ainda que suasse mau como descrevo o que Harry fazia por preocupação. Do outro lado daquela janela, sob seu capuz e roupas escuras, Harry era quem observava-me. Talvez eu devesse me sentir protegida, contudo, tudo o que eu conseguia pensar era em como este se afastou desde que Hershel foi embora, os pensamentos só me levavam a acreditar que ele finalmente percebeu como estava a agir, como sua possessividade e proteção podia sufocar-me as vezes.

A rotina estava monótona à preto e branco. Acordava, tomava o café sozinha, caminhava para a biblioteca, mais tarde Harry acompanhava-me até em casa, e antes de deixar-me, ficava a observar a casa e a mim por alguns minutos.

Hoje a biblioteca estava mais tranquila. Lizie cuidava da recepção para aqueles que levavam o livro. Eu servia os cafés como esperado. Essa era a única parte que distraía-me no dia, quando os clientes escolhiam seus cafés e o cheiro dominava o ambiente. O Harry de vez em quando também para lá ia, mas seu serviço acontecia a cada vez mais, e isso lentamente nos afastava. A curiosidade em saber o medicamento que este tomava também abatia-me sempre que o olhava, mas não tinha coragem para pergunta-lo.

— Como vai Florence? — Alguém senta-se no balcão e meu olhar cai de imediato no homem de óculos. Com o passar do tempo em que estive aqui, Jackson, o homem bem vestido, que por vezes também se encontrava de jaleco branco, estava sempre nas tardes para pedir seu café amargo. Eu sentia um leve desconforto com sua ousadia em conversar comigo sobre Harry.

Era ele. O homem que jurava ser do jornal que noticiára a perda de sua família.

— Uh, em que posso ajudar? — Limpei minha garganta. Ele, no entanto, sorriu-me neste dia.

— Um café amargo. — Aponta, ao que eu comecei a preparar sem olha-lo. — Como vai o Harry? — Perguntou sem mais. Meu olhar sobe para este lentamente sem medo, mas desconfiada.

— Vai bem. — Sou curta, e ele sorriu mais. Não um sorriso sinistro ou desafiador, mas sincero, diferente de qualquer sorriso que pudesse se esperar de alguém que trabalha com Harry, foi um sorriso sem dentes, mas que eu achei incrivelmente normal. — Por que a pergunta? Parece que trabalham juntos. — Pousei a pequena xícara a sua frente, sem medo das palavras que saíram da minha boca.

— Não trabalhamos juntos. Styles é um paciente.

Franzi minha testa com a junção de sobrancelhas confusas. Ele levou a xícara nos lábios e abaixou seu olhar frio. Mas não conseguia sentir mais receios. Ele estava ali respondendo e conversando comigo como se fosse alguém normal, e ninguém naquele café o olhava com desconfiança ou desprezo como olhariam se fosse Harry sentado a minha frente.

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2018 ⏰

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