Capítulo XIII | Distraction

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[Preciso que leiam a nota final, é realmente importante. Obrigada e boa leitura. 📖]

//DIS•TRA•ÇÃO// 1 Desatenção, recreação 2 Atrair ou desviar a atenção de (alguém/algo) para outro ponto ou objeto 3 Livrar de preocupação 4 Desviar.

C A P Í T U L O XIII

Qualquer um pode zangar-se - isso é facil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - nao é facil.” - Aristóteles

Lembro-me de quando encontrei Louis, quando sob uma chuva densa, o mesmo se encontrava agaixado no chão, soluçando. Uma pequena navalha ensanguentada nas mãos e um olhar perdido, raivoso e destruído.

Achava que tinha perdido o meu melhor amigo naquele dia.

Certa vez, quando o acidente aconteceu e eu não tinha parentes próximos para ficar, fui levado para um orfanato. Para a minha sorte, a mãe de Louis, uma senhora com um grande coração, tirou-me de lá.

Louis e eu nos conhecemos no quarto ano, no jardim de infância, e desde uma pequena briga, motivada por Louis a roubar o meu lanche, não nos separamos mais. No mesmo dia, levei um puxão de orelhas da minha mãe e Louis, um olhar incrédulo da mãe, na diretoria. Achei pouco, afinal a puxada de orelhas doeu e tanto.

Louis, como um bom amigo, deu-me suco com soro como desculpas, fiquei o dia inteiro no banheiro e assim começaram as asneiras entre eu e o idiota de olhos azuis. Louis atirou ovos no meu armário, enquanto que eu soltei as baratas do laboratório da escola no seu cabelo. Ele teve castigo e eu mais puxões de orelhas de Anne. Com o tempo, as provocações viraram brincadeiras e passei a chamar Louis de amigo.

Logo Louis vinha para a minha casa e planejavamos as nossas brincadeiras, se resumindo entre apanhar vaga-lumes, gafanhotos e brincar com eles de fuga.

Na noite do acidente, lembro-me de alguns dias antes havia dito ao Louis que um dia iríamos as montanhas que mamãe falava. Mas perdi toda a esperança e não só da pequena promessa entre amigos, mas de tudo ao meu redor.

No terceiro dia, enfiado dentro de um orfanato sem dizer uma palavra sequer desde o acontecido, mirando com o olhar, um ponto à minha frente e sentado na ponta da minha cama entre múltiplas outras, senti um cobertor à ser pousado nas minhas costas. A mãe de Louis rodeou os meus ombros com um sorriso consolador, dizendo-me com eles o quanto sentia muito pela perda da única família que eu tinha. No mesmo dia, ganhei uma nova.

Passei quatros anos a viver com a família de Louis desde então. Até que em uma noite, quando Louis e eu voltávamos para casa depois da escola, ouvimos os gritos de suas irmãs desesperadas e o barulho de coisas atiradas ao chão. Tudo foi tão rápido. Lembro-me de entrar correndo para dentro, seguindo Louis e vendo diante de nossos olhos, os olhos lacrimejados de sua mãe.

A Mrs.Tomlinson tinha a cabeça tombada para trás, enquanto que um homem de cicatrizes e galochas a segurava pelos cabelos. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, o desespero por ajuda. Fiquei tão assustado que nem dei por Louis a se atirar para cima do grande homem de galochas.

— Onde está o garoto?! — Gritava o homem.

Lembro-me de Louis dizer que ele estava lá, sem realmente saber se era por ele mesmo que o tal homem procurava. Lembro-me de como o sorriso que se alargou no rosto do homem, foi psicopata e doente. Lembro-me de como ele balançou a cabeça em negação, olhando-o o com pena e diversão para logo depois mirar nos meus, dizendo para Louis que ele estava errado.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora