Capítulo XXXXII | Manipulator

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//MA•NI•PU•LA•DOR// 1 Que pressiona ou busca influenciar alguém a fazer ou agir de determinada forma 2 Indivíduo capaz de manipular, de pressionar ou de influenciar alguém em benefício próprio.

C A P Í T U L O XXXXII

“ Mude o modo que você olha para as coisas, e as coisas que você olha mudarão. ” Wayne Dyer

E apesar de estar por perto, de vigiar-te e seguir-te á certos lugares, eu ainda tinha minhas recaídas. Pois, como poder estar tão perto e não poder contar-te? Eu simplesmente não conseguir dizer o que sinto a por ti, Florence.

...

O pedaço de papel foi amaçado contra minha mão e então o atirei a lata de lixo. Não importava quantas vezes ele pudesse escrever na ousadia de fingir ou ocultar sentimentos verdadeiros, não importava quantas vezes pudesse perguntar-me se estou bem ou fingisse se importar com minhas fotografias ou respostas curtas, eu não conseguia ler mais aquelas cartas.

Eu estava sentada na livraria com um livro incerto nas mãos. Nem mesmo havia prestado atenção em qual livro escolhi, mas lá estava eu, sucumbida de pensamentos sem prestar minimamente atenção enquanto o folheava. A minha mente estava longe. Estava concentrada nas palavras impressas daquela carta. Ele nem mesmo teve a decência de parar um pouco para escrever algo para mim. Não, Florence, é claro...Ele está sempre trabalhando.

Havia acabado de atirar a carta ao lixo. Era a sétima de suas cartas essa semana em que não respondia. Não me surpreenderia se ligasse para mim ou tentasse falar com meu avô, ainda que eles não sejam muito chegados. De certa forma, eu sei que ele sabe que me encontro em Holmes Chapel, afinal, para onde mais eu iria em toda a Inglaterra?

— Vai querer alguma coisa? — Perguntou-me a ruiva que segundo seu crachá, chama-se Lizie Donnelly​.

— Uhm, não. Obrigada. — Tentei sorrir e ela retribuiu, reparando que não devo estar nas melhores das expressões. Eu me lembro dela e, também me lembro de como o Harry a tratou mal por derrubar meu café.

— Má dia?

— Nem me fales. — Digo pensando nas cartas.

— Entendo. Bem, chamo-me Lizie, mas pode me chamar de Liz se precisar de alguma coisa. — Ela sorri e eu retribuo. Ela é simpática, bem mais que Maggie, tenho pena por ela ter tanto medo do Harry, mas lhe entendo. Harry é assustador às vezes.

Ela volta para o balcão quando um senhor decide levar um livro para casa. Gostaria de trabalhar em uma livraria que serve café, parece tão tranquilo, sem falar que ficar rodeada de livros deve ser confortante. Me esqueceria sem dúvida de todos os meus problemas.

Um arrastar de cadeira soa e minha atenção cai sobre o rapaz que senta-se a minha frente. Rapidamente reconheço Thomas e preparo-me para sair, mas a sua mão toca a minha.

— Florence...— Ele murmura com receios. — Podemos conversar?

Eu noto como as suas feições demonstram preocupação e mágoa, o olhar duvidoso e esperançoso faz com que eu segure firme minha bolsa nos ombros, mas com um suspiro, permaneço no lugar sem pronunciar nada.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora