Capítulo XXXXIII | Fear

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//ME•DO// 1 Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários 2 Ausência de coragem RECEIO, TEMOR ≠ DESTEMORINTREPIDEZ 3 Preocupação com determinado fato ou com determinada possibilidade.

C A P Í T U L O XXXXIII

Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.” William Shakespeare

Quando as luzes coloridas batiam em olhar magoado e assustado, perdi a conta do quanto o surrei, mas eu tinha que ir atrás de si, tinha que saber como você estava.

Eu já havia notado sua presença desde que as luzes bateram em seu rosto na portaria. Observei-te. Vi-te quando viu-me. Entretanto, não poderia ir ter contigo, pois não era só pelo serviço mas porque Dan viera logo em seguida de si.

...

F L O R E N

““Uhm...Hey...Você não têm atendido minhas ligações e nem respondido as cartas, fiquei preocupado, pensei que adoravas escrever...De qualquer maneira, senti falta de ler suas pequenas histórias, seus pequenos contos românticos, tens talento para escrever, aliás tens vários talentos; cantar, desenhar, fotografar... é, este último não me admira, não é ? Pelo menos neste lado puxaste para mim...bem, talvez nunca tenha te contado isso mas, Lynn?...

Eu podia ficar um pouco feliz por ele mostrar que ao menos sabia que eu escrevia aquelas histórias, que ao menos ele não ignorava esta parte da carta, porém de nada adiantava tais mensagens, mostrando a falta que lhe dou ou a preocupação por estar sem noticias, eu não queria mais ouvi-las.

—... Bem, talvez nunca tenha te contado isso mas, Lynn? — Ele chama-me na mensagem de voz, como se no momento em que gravou, eu pudesse ouvi-lo. — Se parece bastante com ela...— Solta um suspiro. — Te amo.””

Ela.

A única maneira que ele conseguia se referir a minha mãe.

A mensagem acaba ali e eu coloco a mão sobre a cabeça. Eu estou sentada na ponta da cama com uma toalha enrolada no corpo e o celular nas mãos. Por um motivo que não sei eu havia lido está única mensagem dele, mas a angústia que se apoderou do meu peito era horrível. Eu não conseguia odia-lo por falar da minha mãe, eu sentia pena e magoa por ele ter-nos deixado, e ouvir essa comparação com tudo o que ele tem feito, mesmo depois dela ir, machucava-me tanto...

Me machucava saber que ele lia as partes da carta em que eu escrevia pequenos trechos de romances inspirados em livros que lia ou que eu gostaria de ter visto entre os dois, me machucava mostrar interesse só agora quando não o quero perto de mim tão cedo. Por que não o fez antes?  Mas nada era pior do que ouvi-lo falar dela, pois magoava saber que ele não conseguia pronunciar seu nome, ou saber que ele me quer perto de si e ao mesmo não suporta porque segundo ele, me pareço muito com ela.

Eu atiro o aparelho para o meio da cama e procuro por uma calça jeans no armário, coloco as roupas íntimas e depois a blusa de manga cumprida. Eu busco calçar meus All-Star, mas paro de procura-los e resolvo calçar uma bota de saltos. Atiro meu cabelo seco pelos ombros e puxo meu casaco vinho. Eu olho para meu celular no mesmo lugar em que deixei, não quero ter que pensar no meu pai e acabar por dar-lhe atenção, mas resolvo levar o aparelho.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora