Capítulo XIX | Choices

213 21 3
                                    

//ES•CO•LHAS// 1 Ato ou efeito de escolher, preferência 2 Opção(Ões).

C A P Í T U L O XIX

Você Faz Suas Escolhas ...
e Elas Fazem você.” - William Shakespeare.

Sentia a falta de ar e os meus músculos se contraírem. As minhas mãos faziam movimentos para frente e para trás de acordo com o ritmo de minhas pernas, à correr atrás dele.
 

...Antes...

Uma vez que havia voltado para casa, devorei os restos de pizzas que ainda estavam nas caixas sob a pia. As devorava como se fosse um soldado que acabara de voltar de uma guerra contra o Fascismo e que não via uma comida de verdade a anos.

Pizza era sem dúvida uma divindade agora. Assumia que Louis havia comprado na noite anterior, enquanto eu tentava dormir na casa da árvore. As olheiras debaixo de minhas pálpebras, demonstravam o meu cansaço e a falta de dormir. Não dormi bem e culpava a neta de Hershel por isso. A sombra de seu corpo nu não saiu da minha cabeça, contudo, controlei-me.

De roupas limpas, cigarros nos lábios e as costas contra o sofá, senti-me mais descansado. Os meus pequenos suspiros agora, estavam controlados e a minha boca já não tinha aquele gosto amargo do vômito. Fiz uma carranca com o pensamento, me lembrando que a causa era parte do Efeito do teste de Scott. Ainda que isso seja perigoso, testar assim em uma pessoa, sem meros conhecimentos dela, eu já estava acostumado. Eram tantas as seringas que já foram aplicadas em meu corpo, e correm em minha linha sanguínea que já não me importava mais.

— Onde passaste a noite? — Louis entra no apartamento, dessa vez sem me assustar, eu apenas sopro o fumo para cima e suspiro.

— Na casa da árvore, trouxeram-me tarde e estava cansado. — Digo e Louis senta-se na poltrona a minha frente.

— Cansado? Merda...o quê te fizeram dessa vez? — Olha-me preocupado e eu reviro os meus olhos.

— Nada demais, a mesma coisa, apenas isso...— Louis levanta-se e caminha até a cozinha, apanha uma lata de cerveja na geladeira e volta a se sentar. Eu fiz uma carranca com a Budweiser em suas mãos, eu tomava vinhos, vodka, Gim e até mesmo Rum se encontrasse, mas se tinha outra coisa que não gostava além de frutos do mar, era cerveja. Acabava por pensar que Louis e eu éramos opostos em várias coisas, mas era justamente por isso que formavamos uma bela de uma parceria.

Era por isso que vivíamos a discutir por coisas idiotas, nos socar e depois reconciliar sem precisar de nenhum tipo de desculpas. Era por isso que éramos mais que amigos, éramos irmãos.

— Algo diferente? Quero dizer, sempre dizes a mesma coisa quando voltas do laboratório. Não acha que o Dan vá se cansar dos mesmos resultados? — Pensei em suas palavras e como Lou sabia ler quando eu não queria falar sobre alguma coisa. De qualquer das formas, eu não lhe menti, eu só deixei ausente algumas coisas. Coisas que eu não queria lhe preocupar.

Eu ignorei a sua pergunta e fingi concentração nos meus pensamentos, Louis suspirou e negou com a cabeça, mas não voltou a tocar no assunto.

Me sentia mal por esconder isso dele, mas não podia dizer que quase toda semana Scott testa algo desconhecido em meu sangue. Não podia dizer dos efeitos colaterais que aquilo tinha de seguida. A única coisa que Louis sabia sobre o laboratório, além de ser um lugar afastado e talvez em lugar como cativeiro, era que enquanto eu estava lá, eles me submetam a tentar voltar no dia do acidente. Fora isso, Louis não sabia à minha situação lá. Não sabia se era preciso prender os meus pés e meus braços a volta de uma cadeira, como se fosse um prisioneiro condenado à cadeira elétrica. Não sabia das aplicações de sedativos, exames na cabeça, interrogatório e até dos testes que eu ocultava ainda mais dos nossos assuntos.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora