Capítulo XXXXXVIII | Resort

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//RE•CO•RRER// 1 fazer o uso de, percorrer um espaço em várias direções 2 Esquadrinhar, investigar 3 Passar várias vezes por 4 [Tipografia]  Passar parte das letras ou linhas de uma página ou de uma coluna 5 Valer-se de, dirigir-se a.

C   A  P  Í  T  U  L  O    XXXXXVIII

“Se queres prever o futuro, estuda o passado” Confúcio

“E lá estava a acontecer mais uma das memórias. Sentado sobre um colchão em uma casa da árvore estreita e desajeitada. O olhar preso nas costas da garota de cabelos cumpridos. Ela tinha minha camisa branca e tocava as cordas do instrumento em seu colo. Eu tentava fumar o cigarro entre meus dedos, mas estava tão perdido nos pensamentos sobre amar-te que não conseguia movimenta-lo.

Céus. O que uma mulher pode fazer à um homem?”

F    L    O    R    E    N

Se entregaste a mim. — Sussurrou em meu ouvido. — Você é minha. — Sua respiração quente em meu pescoço, as mãos firmes em minha cintura. Apertou-me como se fosse um aviso disto, e soltou-me em seguida.

Eu engulo em seco, colocando braço por braço dentro da camisa branca que Harry deu-me, ainda de costas. Não consigo formular palavras para contradize-lo, apesar do quão obcessivo a maneira como ele disse pareceu.

E embora fosse mesmo isso que eu deveria fazer, retruca-lo, minha cabeça estava perdida entre turbilhões de ações e sentimentos. Nunca pensei que fosse sentir todas aquelas sensações, mesmo com todo o desconforto. Quando eu sento-me sobre o colchão, a sensação lá embaixo é de incômodo, como se faltasse algo ali, por mais estranho que pareça, e não é uma sensação boa. Sinto-me desconfortável. O meu coração ainda estava acelerado, parte porque não havia tomado os medicamentos e parte porque eu ainda sentia os movimentos de Harry sobre mim. A sensação de suas mãos ao meu redor, sua boca viciante e todo aquele calor, ainda parecia presente. Nunca havia sentido tamanha sensação. Eu já havia pensado em como seria minha primeira vez, mas a sensação foi longe da imaginação mesmo com a dor incômoda.

Se assim tive todas essas sensações, me pego a pensar em como seria quando obter prazer.

Sinto mãos calorosas ao meu redor e elas me puxam para trás. Minhas costas embatem no colchão e Harry está em cima de mim com um olhar predador. Meu coração acelera novamente, não que ele tivesse se acalmado mesmo. Depois das suas palavras obcessivas, senti-me estranha ao seu lado, como se eu fosse mesmo dele, mas com receios. Sei o quão ele pode ser firme com suas palavras a ponto de se tornar arrogante, e por isso o receio delas, mas também senti algo bom presente em meu estômago, como se eu quisesse mesmo que ele me achasse sua.

— Me diz.

— O que? — Olhei-o confusa, ao que ele precionou-me e olhou fundo nos meus olhos.

— Me diz no que estás a pensar.

— Só em coisas... aleatórias. — Sorrio de lado nervosa. Harry apoia sua cabeça na mão com o cotovelo contra o colchão. — Parece que tardará essa chuva...

— Você pode dormir aqui, aliás, você vai. Não tem chances de sair nesta tempestade. — Ele diz sério. Suas mãos circulam minha cintura, puxando-me para si. — Agora me diz o que exatamente estás a pensar.

— Eu, eu estava a pensar no que acabamos de fazer...— Desvio meu olhar. O Harry sorri de lado e eu sei que é porque minhas bochechas estão vermelhas.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora