Capítulo XXXI | Challenge

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//DE•SA•FI•O//

C A P Í T U L O  XXXI

“Misterioso e intimidante para contemplar, o cérebro humano é a coisa mais complexa que existe, e a tarefa mais difícil em que ele pode se empenhar é entender a si mesmo.David Noonan

E como mandato de Scott, precionaram os dois cabos brancos de cada lado da minha cabeça. Sentia algo gélido entre o meu braço e antebraço, e logo depois senti a substância percorrer minhas veias, o seu formigamento em minha pele...os efeitos da E39°.

Havia alguma dose a mais do que as duas que haviam inserido na outra vez, e só percebi logo que senti o choque na cabeça com mais impacto,  então fechei meus olhos com força.

— Já sabes o quê tens que fazer agora, Harry. — Ouvi Scott a dizer.

As minhas mãos se fecharam em punhos, sentia as veias de meu pescoço sobressaltarem. Fazia alguma força contra as amarras a volta do meu pulso e tornozelos. Estava a doer todo o procedimento e logo estava a gritar em rouquidão.

— Segurem as amarras se for preciso.
— Ouvi Dan. — Vá lá, Styles...

Dan estava desesperado. Buscava dessa vez acertar em sua substância o controle, mas ele não entendia. Ninguém entendia. Nada podia controlar o Efeito. E por mais substâncias que injetasse me​, por mais forçados os meus pensamentos pudesse ser para lembrar do acidente, por mais que tentasse de tudo, não havia maneira de 'voltar' no dia em que desejasse.

Os choques liberados dos cabos no aparelho ajudou sim, mas apenas a acelerar o efeito. Logo a dor era alucinante, mas suportável. O suor escorria-me a testa e sentia náuseas, no entanto controlei-me ao lembrar da minha mãe.

Minhas pálpebras prescionadas foram abertas e me vi em um quarto escuro. O meu quarto. Mas havia algo de errado. Me encontrava no canto do quarto e olhava para o certo volume que tinha na minha pequena cama, como se lá estivesse um corpo por debaixo dos cobertores. E na verdade havia. Havia um pequeno garoto, com seus cachos encaracolados e  achocolatados ao redor.

Os meus passos foram cautelosos quando caminhei até a borda de sua cama. Logo que vi quem era o pequeno rapaz, arregalei meus olhos, me afastando e acabado por tropeçar em alguns dos brinquedos espalhados. Caí com o rabo no chão e o barulho o fez levantar-se. Por instinto rebolei para baixo de sua cama e encarei o teto de madeira desta.

Mamãe? O pequeno garoto chamou e eu fechei meus olhos com força. Negava com tudo o que tinha, pois lembrava-me disto.

Lembrava-me.

Mamãe, estás aí? Ele questionava, como eu questionei.

E então a porta foi aberta. Vi os seus passos descalços, pois lembrava-me de tê-la acordado com o susto do barulho desconhecido naquela época.

Está tudo bem, querido. —  Ela disse sentando-se na minha cama e eu virei-me de lado apenas para ver os seus pés deixarem de tocar o chão.

Lembrava-me, ali, debaixo da minha cama, de acordar no meio da noite quando tinha sete anos. De estar assustado pois havia visto um vulto no escuro de meu quarto entrar para debaixo da minha cama. O bicho-papão, como imaginava. Lembrava-me de chamar pela minha mãe com os olhos lacrimejados e dela acudir-me com suas palavras, sentar-se na minha cama para acariciar o meu rosto, deitando-se depois ao meu lado e abraçando-me, para por fim dizer:

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora