Capítulo XXXXIII | Sore

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[Dois capítulos seguidos, é amor demais ♥]

Dolorido//DO•EN•TE//  1 Que tem doença 2 Fraco; achacadiço; enfermo.

C A P Í T U L O XXXXIII

“ Não julgue a maneira como demonstro meus sentimentos. É estranho, é diferente, mas é verdadeiro. ” Querido John

Eu não conseguia dizer-te o que sentia, nem mesmo sabia explicar para mim mesmo, mas eu tentava, na maneira mais estranha e confusa, ver nos seus olhos qualquer brilho além do próprio, qualquer sinal que ao menos você pudesse sentir algo por mim. Mas é tão difícil ler-te.

Ainda assim, lá estava eu, tentando mostrar, ver, falar, com apenas um olhar e um ego.

...

Ele ligou-me.

No entanto, não atendi. As cartas estavam ao lado da cama, empilhadas, sem deslacrar. Algumas mensagens na caixa de recados, e nem uma delas abertas, mas pude visualizar uma na notificação em que desejava-me um feliz Natal já que fora dois dias atrás, e a última dizia amar-me muito.

Eu preparava-me para sair quando ouvi meu avô ao telefone. Eu sabia que ele havia ficado preocupado comigo e procurava um meio de poder entrar em um acordo com as finanças dos seus documentos para ficar um pouco mais aqui. Ouvi que meu avô ainda não tinha uma nacionalidade Inglesa por não ter vivido os cinco anos no Reino Unido, como está na lei. Minha avó era Inglesa, mas apesar de ter se casado com meu avô e ter voltado para a Inglaterra apenas três anos atrás, meu avô ainda tinha que cumprir como a lei pede. Era tudo tão complicado. Eu não me sentia bem com isso, sentia como se tivesse obrigado-o a fazê-lo, embora saiba como ele ficou chateado consigo por ver minha reação quando disse ter que voltar para a América.

Eu verifico mais uma vez minhas mensagens, mas são as mesmas, é meu pai e a sua insistência em saber sobre mim, então fecho a página e o guardo no fundo do bolso do meu casaco.

Eu o vejo a correr pela floresta a uma certa distância, e ele nem se da conta do meu olhar. Ele segue para a direção da ponte da ferrovia, e eu contorno o caminho em direção a cidade. Eu sabia que em algumas manhãs o via a correr ou a caminhar por aí, as vezes quando parava para olhar na janela do meu quarto, eu via a luz que provinha daquela casa da árvore, e então eu sabia que ele estava lá. A curiosidade brotava e eu gostaria de saber o que ele tanto faz lá, entretanto, eu não queria invadir o seu espaço, ainda mais depois do seu aviso quando nos conhecemos.

De alguma maneira, eu sabia das sensações. Aquelas que se alastram por seu estômago, ou os arrepios constantes com apenas um olhar. Mas além dos mais comuns sentimentos, eu sentia um ritmo diferente de qualquer outro. Era uma pulsassão forte, uma aceleração diferente das que costumam ser, mesmo até a Arritmia não se comparava. Ela era dolorosa e forte enquanto que essa estranha pulsassão era apenas rápida e ansiosa perto dele.

Quando chego no Café, eu rapidamente passo meu cartão e coloco meu avental. A Maggie não chegou ainda, por isso começo a fazer o café e a limpar o balcão. Adam cumprimenta-me com um "bom dia" e eu murmuro de volta. Depois de alguns minutos em que Maggie já chegou tagalerando e que abrimos o café, o primeiro cliente chega e eu já sei quem é. Harry tem a t-shirt colada ao seu peitoril e vejo sua testa com algum suor, o casaco está na sua mão e os seus cabelos estão presos em um coque mau feito. É a primeira vez que o vejo com o cabelo assim e sinto os malditos arrepios quando seu olhar cai sobre mim.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora