Capítulo XXXVI | Distrust

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[Dois capítulos seguidos porque demorei demais para publicar, boa leitura ;)]

//DES•CON•FI•AR// 1.Ter falta de confiança; duvidar: desconfiar de alguém.


C A P Í T U L O     XXXVI

“Os maiores acontecimentos e pensamentos são os que mais tardiamente são compreendidos.” Friedrich Nietzsche

E no percurso da noite, logo que as três da manhã me encontrava sem sono, vi-me ali, deitado ao lado de Florence. Observando a sua tranquila respiração, os seus lábios entreabertos e a sua tão calma áurea. O sono não tardou apoderar-se do meu sistema, mas até lá, fiquei apenas à... Olhá-la.


A luz que provinha da janela, que por acaso eu havia esquecido de fechar, fez-me por momentos abrir meus olhos, mas voltar a fechá-los em desagrado. Por momentos havia esquecido do que se passou na noite anterior. O calor envolvido em nossos corpos, em nossas pernas entrelaçadas agora. O meu braço foi atirado ao lado e logo senti a presença de outro corpo em minha cama. Abri meus olhos no exato momento em que percebi onde minha mão descansava.

O lençol cobria pouco de sua perna, deixando parte das suas coxas expostas, provavelmente por mexer-se à noite. A camisa branca e amaçada se encontrava ligeiramente levantada, e lá estava a minha mão. Sentia o calor de sua pele macia, as curvas que por debaixo da palma de minha mão era precionada. Não me importei minimamente com a maneira como segurava sua cintura. Eu estava tão embriagado de sono...

Em alguma parte do cômodo, ao qual eu não sabia onde, ouvi o vibrar do meu celular. Deixei o conforto do corpo de Florence para procurar pelo aparelho. Dentre as roupas que acabei por atirar ao chão ontem, fui as atirando enquanto tentava perceber de onde provinha o som irritante. Assim que o encontrei dentro do bolso da calça skins, reconheci o número que ligava-me.

Dan.

Saí do quarto à puxar os meus cachos em frustração.

Ainda que me lembrasse da noite anterior, eu tinha uma leve ruga no meio da testa. Eu poderia ter um sorriso idiota nos lábios, apenas por ter o privilégio de beijar Florence daquela maneira, mas não. O beijo predominante era o que deixava-me frustado. Ela havia mexido comigo.

As vezes a minha mente pregava-me peças ou o próprio efeito à controlava, mas a grande maioria das vezes, algo no meu sistema nervoso, provocado por ansiedade e nervosismo, era mais que insistente em certos atos. Ontem, por exemplo, queria mais do que vê-la dançar para mim, queria mais que uma atração. Eu à queria naquele momento. Fude-la para ser exato. Estes os atos de que poderiam ser causadas por esta insistência, essa parte da minha mente em que eu presumia manter o Efeito, e que eu não tinha o controle. O impulso e a ansiedade estão lá, e eu só consigo processá-las quando já não preciso sentir mais. Neste caso, o agora, quando finalmente percebo a quase merda e a merda que cometi.

A quase merda por quase fuder Florence sem a sua consciência. E a merda por dormir ao seu lado sem lembrar-me dos surtos que eu podia ter durante o sono ao seu lado, os pesadelos ou o não auto-controle dos calmantes que geralmente nestas situações eu costumo tomar. Para a minha sorte ou não, sonhei com Florence.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora