Capítulo XXXXI | Doubts

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//DÚ•VI•DAS// 1 Incerteza sobre algo. 2 Dificuldade de compreensão, hesitação para tomar uma decisão.

C A P Í T U L O   XXXXI


"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete." Aristóteles

Percebi que só poderia manter-te longe dos meus próprios problemas, sentimentos, se me afastasse, mas também sabia que precisaria estar por perto. Acontece que havia me esquecido de uma coisa, de alguém, alguém que eu não esperava deixar-se cativar por ti, mas para piorar o meu olhar não estava nestes pequenos passos. Enquanto tentava esquecer que estava apaixonado, tentando manter o que eu achava ser o maior perigo, não notei que estava enganado.

Naquele tempo, esqueci que havia desafiado alguém sem saber o poder que essa palavra tinha, e este era o maior perigo.

Entretanto, ao longe eu observava-te.

O tempo todo.

F  L  O  R  E  N

Os pensamentos estavam longes nas palavras de Harry. Apesar de me sentir um pouco mal por ter ouvido depois de ter lhe dito sobre a Arritmia, eu sabia que o melhor a se fazer era mesmo esquecer tudo. Eu não queria estar ao seu lado e vê-lo a olhar-me com pena por uma insignificante doença, e talvez sim alguns momentos me perturbe, como quando beijou-me e perseguiu-me fazendo-me sentir uma estranha sensação por isso, ou quando foi atencioso e ajudou-me.

Isso me lembra horas atrás quando este estava sentado no chão com seus joelhos dobrados e sua mão a segurar a minha, apenas para que eu não deslizasse em pleno sono naquela banheira.

Depois de quase três horas cansativas de um sono pesado, eu fiquei a fitar o teto branco do antigo quarto da minha mãe.

A tarde caiu quando eu fiquei toda ela pensando, lendo e fotografando. Adorava fotografar, capturar pormenores...as pequenas belas coisas desde o ser humano na sua mais simplicidade e verdadeira vida até uma paisagem que nunca paramos para admirar. As vezes algumas fotográfias acabava por aparecer em alguma das cartas. Eu acabava por compartilhar entre as respostas de suas perguntas, o meu talento adquirido por herança dele, mesmo sabendo que não obteria de volta nenhum sinal de importância deste trabalho, por mais significante para si e não quando por mim. Nada importava para ele, nem mesmo as respostas. Apenas o seu trabalho. Não sei porque insiste em me mandar cartas.

Ouço uma batida em meu quarto e logo a seguir, meu avô adentra. Ele sorri quando percebe que estou mexendo em minha câmera. As fotos estão espalhadas sobre a mesa e me encontro sentada a sua frente. O quarto está uma completa bagunça, desde que cheguei aqui não tenho sido tão organizada, guardar as roupas no armário que antes pertencia a minha mãe parece tão... nostálgico, que nem mesmo mexi lá. Há livros por toda parte, mas os que estão enfileirados na estante também estão intocáveis desde que minha mãe os colocou lá.

— Não notei quando chegaste. Estava tão cansada. — Eu digo quando o mesmo se aproxima, observando minhas fotografias com um certo brilho nos olhos. O brilho que eu também queria ver no olhar dele.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora