Capítulo XXXIX | Arrhythmia

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Assistam a mídia trailer acima ❤

//A•RRI•T•MI•A// 1 Frequência cardíaca anormal, seja irregular, acelerada ou muito lenta.

T  H  E
B  U  T  T  E  R  F  L  Y     E  F  F  E  C  T

C A P Í T U L O   XXXIX

"A mais bela coisa que podemos vivenciar é o mistério. Ele é a fonte de qualquer arte verdadeira e qualquer ciência. Aquele que desconhece esta emoção, aquele que não para mais para pensar e não se fascina, está morto. Seus olhos estão fechado." Albert Einstein

Contaste-me sobre você e eu nem mesmo me apercebi que estava a falar sobre minha doença. Desculpe dizer isso, mas nunca quis que soubesse sobre ela. É tão idiota e hipócrita. Eu lhe exigia saber tudo sobre você quando você apenas sabia o que eu lhe permitia saber sobre mim. Mas eu entendo. Eu era frio ao começo e tão arrogante contigo. A friagem sempre fez parte de mim, mas sabe porque eu tinha a reação que tinha ao seu lado quando eras curiosa ou quando eu não queria falar sobre mim? Quero lhe responder isso depois, pois ainda tenho muito a explicar e contar, contudo as palavras que levam a resposta são estás: Os sentimentos são novos e eu não sabia como lhe dar com eles.

Embora no dia em que conheci seu lado mais vulnerável, tenha quase lhe contado sobre o Efeito, isso foi um descuido por estar tão envolvido contigo.

F  L  O  R  E  N 

Foi em uma noite frienta e tenebrosa aos meus sete anos de idade que durante um sono, fui perturbada por um pesadelo. Era um daqueles que você tenta pedir ajuda, em que você arrasta suas cordas vocais tentando falar, gritar, mas nenhum som sai.
Foi nessa mesma noite que acordei em minha cama sobressalta, sentindo a força dos meus batimentos contra o peito e a dor que se alastrava em torno deste.

Sean O'Connell - um homem com aparência séria e rígida, apesar do cabelo no ombro e barba por fazer. Felizmente - ou não - trabalhava muito. Ficava horas trancado em seu escritório, revendo e editando suas fotografias, escrevendo e checando seus e-mails, mas naquela noite, eu consegui despertar sua atenção já que a porta estava aberta. Ele correu para acudir-me, gritou pelo nome de minha mãe ao perceber o meu estado. Lembro-me de que ele tinha mais lágrimas nos olhos do que eu, por ver-me a tentar puxar ar mas, apesar de estar quase fechando meus olhos lacrimejados e cansados de tentar, eu vi quando me segurou por trás enquanto minha mãe falava ao telefone com a emergência. Entre o seu desespero, ela conseguiu instruir meu pai com o que lhe diziam. Ele agaixou-se a minha frente e segurou meus ombros com ternura. A voz de desespero de minha mãe no telefone foi abafada e então minha atenção estava focada somente na voz de meu pai. Ele nunca deixava meus olhos. Contava cada inspiro e expiro com calma e cautela, e eu sentia aos poucos a batida de meu coração se controlava e a dor se ia.

A emergência chegou depois de alguns minutos, eu ouvi minha mãe conversar com um deles enquanto outro me analisava com cuidado, fazendo perguntas difíceis com palavras delicadas para uma garotinha de sete anos. Eu ainda tinha os olhos lacrimejados enquanto meu pai segurava minha mão, sem nunca deixar-me sozinha naquele momento, e ouvindo atentamente sobre o suposto problema que eu tinha. A partir daquele dia os exames começaram, os acompanhamentos e então, um resultado.

Arritmia Cardíaca.

Durante um tempo o meu pai me acompanhou em todos os procedimentos, até que voltou ao seu trabalho interminável. Eu não tinha aquele contato com Sean em constância, - e o pensamento agora, aos meus 19 anos, fez-me sorrir sem humor - mas eu pude ver pela primeira e última vez o medo que ele tinha em perder-me.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora