Capítulo X | Memories

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//LEM•BRAN•ÇAS//
1 Ato ou efeito de lembrar(-se) 2 Idéia ou recordação de fatos passados que se conserva na memória 3 Inspiração, memória, idéia.

Primeiro estágio.

C é u

C A P Í T U L O X

" Duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. "
Albert Einstein

Eu poderia começar a contar a partir do dia em que descobri o seu nome, Florence, mas assim acho que não entenderia todo o processo que me levou aqui, aliás, que nos levou até aqui. Acontece que apenas quando se chega a esse ponto, é que você vai parar para pensar que havia uma possibilidade de ter impedido este caminho, ainda estávamos no começo. Bem, o céu era quando eu não tinha noção dos sentimentos que podia ter, e apenas queria descobrir mais sobre você.

Descobrir o seu nome era o primeiro passo para cair.

O meu corpo foi subitamente impulsado para frente, fazendo com que o meu peito suba e desça em um batimento acelerado. Era apenas um pesadelo.

Apenas um pesadelo.

Convencia-me, com o suor frio que escorria pela minha testa ao acordar deste modo. Levei a minha mão aos meus cachos, puxando-os para trás em alívio e fechando os meus olhos com força em aflição.

Tinha sonhado com a minha mãe, mas no sonho estava tudo diferente. Mais uma vez, estávamos dentro daquele carro, a sua voz dizendo-me sobre as montanhas e aquela música a tocar no rádio, dizia estar tudo bem quando tirou-me da cama às quatro da manhã. Nós estávamos indo para as montanhas, ela disse que era hora de conhecer já que sempre estava a falar de lá.

No dia do acidente, quando ela tirou-me da cama, ela não disse a onde íamos e o porquê de ser naquela hora, - ao contrário do sonho - mas também não parecia assustada ou preocupada. Estava com aquele seu olhar tranquilo.

Achei confuso ao lembrar-me, mas convenci-me que era apenas um sonho e não uma memória daquele dia, terminando como sempre termina, o caminhão por algum motivo desconhecido vêm em nossa direção e tudo acontece rápido demais.

Não lembro-me de ter reparado naquele dia que o caminhão que veio na nossa direção, mas se foi ele mesmo, então certamente que havia um motivo para tal, mas o motorista, Rogers Woodhan, não nos conhecia.

Deixo meus pensamentos ao abrir os meus olhos e me acostumar com a claridade. Ainda que não tenha raios de sol a invadir o quarto pela janela, a claridade do céu fazia o desconforto dos meus olhos. Só aí reparei que este não era o meu quarto.

Subitamente levantei-me da cama. Havia uma camisa social branca com desenhos aleatórios de estranhos animais ou estranhos rabiscos, dobrada na cômoda ao meu lado. Mesmo com o frio a embater o meu peito nu, eu não peguei na camisa, caminhei até a janela e inclinei-me para lembrar-me como vim parar aqui.

O quarto, que parecia ser dos fundos do primeiro andar, me dava a vista para o Rio intenso e árvores do outro lado, deixando a impressão de que não havia o fim para aquela floresta e expandia com tamanha intensidade e sombra, dando o vislumbre da sua riqueza verde.

O meu olhar viajou até a borda do rio, que se concentrava quase cortando o meio do seu meio, o estaleiro. E lá estava ela.

Ela estava deitada de costas para a madeira do estaleiro, mirando com uma câmera, à frente dos seus olhos, o céu. Me perguntava por quê ela bateria uma foto do céu, mas eu sabia que ela era estranha. Estranha e misteriosa.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora