Capítulo XVII | Arruined

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[leiam a nota final, boa leitura ;)]

//A•RRUI•NA•DO// 1 Causar ruina a (Algo/alguém) 2 Empobrecer 3 Arrasar-se.

C A P Í T U L O XVII

O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica” . Norman Vincent Peale


As onze da noite, Florence se encontrava sentada na frente da janela e as três da noite, a chuva abrandou.

Nesta hora, eu fitava o teto da minha sala, deitado no sofá marrom de couro gastado com as costas magoadas. Me perguntei porquê que deixei a minha confortável cama para Florence, mas lá estava a resposta.

Eu só queria ser um cavalheiro.

Contudo, sei que não sou totalmente um.

Florence negou uma só vez. A minha voz tinha suado rouca e lenta naquele silêncio em que só o som da chuva embatendo no chão, era ouvido. Perguntei uma vez, quando o seu olhar alcançou os meus e a sua voz suou com dificuldade devido à rouquidão do volume baixo. O seu cabelo já estava quase seco quando as uma da manhã, eu ainda estava ao seu lado. Eles caíram em ondas no seu ombro e de vez em quando, logo que a luz dos raios iluminavam o seu rosto, brilhavam sob ela na sua cor de mel estonteante.

— Podes ficar com o quarto.

— Estou bem aqui.

— Também queres que te leve até a cama? — Eu sorri e Florence me retribuiu, pela primeira vez. Olhou para baixo divertida com timidez, talvez como eu, lembrando-se de há quatro horas atrás quando a coloquei nos meus ombros, enquanto esperneava.

— Queres que te derrube outra vez? — Sorriu. — Obrigada, Harry. — Olhou-me.

— Pelo o quê?

— Por vires atrás de mim. — Eu assenti com um suspiro ao dar de ombros.

— Se queres saber, quase te mandei ir para o inferno... Sabes ser teimosa e irritante. — Resmunguei com diversão.

— Força as pessoas quando queres ajudar? — Franze a testa com ironia e eu dou de ombros.

Se não fosse pelo Louis, eu não teria ido atrás da teimosa de olhos azuis. Também não estaria com o tornozelo magoado e com isso penso em todas as vezes em que eu estava perto de si. À ajudava e me ferrava de seguida. A mão que foi rasgada pelo arame solto tem a bela de uma cicatriz.

No meio da noite, Florence levantou-se e bebeu um copo de água. Eu vi isso quando, ao não conseguir dormir com o incomodo do sofá duro, vi o vislumbre de si a caminhar até a cozinha. Soltou um suspiro e agarrou nos seus cabelos, fechando os seus olhos com força. Algo se passava, mas não me importei de levantar-me e ver como ela estava. Encostei ao pé da ombreira e Florence levou um susto, colocando a mão sobre o peito, encarando-me sob a escuridão. Eu fiz algum esforço para não olhar suas pernas descobertas e expostas para mim.

— Estás bem? — Sussurrei.

Oh, uhm, S-sim. Estou bem, só...precisava de um copo de água.

The Butterfly Effect | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora