Capítulo 2

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Nota da Autora: Para entendermos como as coisas chegaram a esse ponto, vamos conhecer o passado.

Há alguns anos...

A vida nunca foi muito gentil com a bela Anahí. Os olhos azuis, os traços perfeitos, os cabelos longos e brilhosos, a pele clara e o corpo chamativo, são as únicas coisas que Anahí tem de belo. 

Após ver os pais serem mortos por policiais dentro da própria casa ainda quando tinha treze anos, a sua vida nas ruas de Nova York começou. Ela estava sem casa, sem dinheiro e sem família. A vida nas ruas pode ser difícil, e ela teve aprender as leis de quem mora nela.

Os anos se passaram e ela cresceu, e num certo dia, seria apenas mais uma noite. Ela estava nas ruas do Brooklyn, a roupa extremamente curta, o rosto carregado de maquiagem, e as botas de salto alto. O sobretudo preto aberto lhe protegia do frio, mas não escondia seu corpo.
Um carro se aproximou, ótimo, mais um cliente. Ela esperou, e o vidro do carro desceu.

Anahí: Hum, teremos uma festinha? –falou sugestiva, vendo o carro cheio de homens dentro-

Os homens sorriram, e um deles desceu do carro. Ele se aproximou dela, a agarrando, mas ela começou a lhe impedir. Um outro desceu, e ela se afastou deles, o olhar fixado neles, mas um sorriso provocativo nos lábios.

Um surgiu atrás dela enquanto o outro vinha em sua direção. Ela sentiu os braços presos, e as risadas deles ecoaram. Ela fechou os olhos, respirando fundo, e então começou.

Ela chutou os testículos do homem que estava a sua frente, e com força se soltou do que lhe segurava por trás, lhe dando uma cotovelada no nariz. Os outros desceram do carro, e ela se preparou. Distribuiu socos e chutes neles sem precisar de ajuda. Quando eles foram embora, completamente machucados, ela se ajeitou.

Anahí: Odeio quando aparecem ratos no lugar de clientes. –suspirou pensando alto, ajeitando os cabelos-

Sim, ela era uma boa lutadora. Ela teve que aprender a lutar, ou então seria violentada pelas ruas todos os dias. E para ter aquele corpo nas mãos, tinha que pagar o preço. Foi o único modo que ela achou de arranjar dinheiro para comer, já que ninguém empregaria uma menor de idade, tampouco inexperiente. Quando chegou a maior idade, ela já estava acomodada com a vida que tinha.

Ainda naquela noite, quando o próximo carro se aproximou dela, ela sorriu mais uma vez, esperando. Dentro dele, um homem de mais ou menos quarenta anos, ele era simpático, e lhe passou confiança. Ela entrou, o carro dele era bastante sofisticado com os bancos de couro e isso lhe fazia pensar que aquele homem podia lhe render alguns dólares.

Anahí: Boa noite. Eu faço tudo que você quiser, mas só com preservativo. –avisou, colocando o cinto de segurança-

- Eu não quero transar com você. –falou o homem lhe encarando rapidamente, sorrindo de canto-

Anahí: Então por que me fez sair do meu ponto? –perguntou irritada- Droga, já deve ter outra lá. Eu cheguei cedo para pegar aquele ponto. Você vai ter que me recompensar por isso. –falou sugestiva, mas estava séria-

- Não se preocupe quanto a isso. –respondeu e ela respirou mais aliviada. Seria uma pena ter perdido aquela noite-

Anahí: E então? No que eu posso ajudar? –perguntou encarando o homem que parecia concentrado na direção-

- Eu me chamo Richard. –se apresentou- Eu vi você lutando contra aqueles homens. –contou, virando o rosto para olhá-la- Eu quero que você trabalhe para mim. –ofereceu, vendo o choque se instalar no rosto dela- E antes que você recuse... Eu lhe darei dinheiro, muito dinheiro. –completou, vendo ela o encarar surpresa-

Anahí: Você é da policia? –perguntou pensativa, o semblante sério-

Richard: Longe de mim. –respondeu sorrindo de canto- Sou da máfia. –completou, e Anahí sorriu animada-

Anahí: Sério? Como nos filmes? –perguntou, tirando o cinto de segurança e se virando para ele-

Richard: Não exatamente. –respondeu a vendo animada- Você já matou alguém? –perguntou levando o olhar até ela mais uma vez-

Anahí: Ninguém que não merecesse. –respondeu num suspiro, não tinha orgulho disso mas era sua vida que estava em jogo. E apesar da vida que levava, ela gostava muito de viver para deixar lhe tirarem mais isso-

Depois daquela conversa, a vida de Anahí mudou completamente. Ela viajou o mundo, já esteve nos melhores lugares, nos melhores hotéis, vivendo do jeito mais sofisticado que a vida podia lhe oferecer. O mundo do crime pode ser ilegal, mas foi o que lhe devolveu a vida.

-

Alfonso cresceu em Seattle, no estado de Washington. Desde pequeno conviveu com o padrasto o espancando, além disso, ele se sentia a pessoa mais inútil do mundo quando ouvia os gritos da mãe e os hematomas em sua pele. O padrasto era um verme e ele não aguentava mais a vida que tinha. Aos 16 anos, ele se alistou para o exército, encontrando a oportunidade que queria para sair daquela vida infeliz. Ele passou anos longe de casa, e quando voltou, foi apenas para uma única coisa: um acerto de contas.

Após uma série de torturas, ele atirou no padrasto várias vezes, mas não para garantir que estivesse morto, porque sabia que o primeiro tiro que deu no meio de sua testa havia lhe matado na hora, e sim por querer ver o sangue dele escorrendo no chão, que era o único lugar que merecia estar.
Colocou a mãe em uma casa grande e tranquila no interior da Califórnia, querendo que ela tivesse um resto de vida feliz, onde veio a falecer tempos depois.

Alfonso se tornou um homem, mas nem de longe tinha a vida que um dia sonhou. E numa tarde ensolarada de julho em Los Angeles, Alfonso conheceu Richard, e tudo mudou.

Richard: Alfonso, é um prazer conhecê-lo. –falou esticando a mão a ele- Theo me disse que você é o melhor do país com as armas. –continuou, sorrindo-

Alfonso: Não creio que seja para tanto. –falou sorrindo de canto, olhando para o amigo. Sabia que era bom, mas não gostava de se aparecer-

Theo: Ele está sendo modesto. –se pronunciou, as mãos para trás, vestindo o uniforme do exército, assim como Alfonso-

Richard: Alfonso, venha trabalhar para mim. –ofereceu, e ele lhe encarou desconfiado- Não acho que a vida no exército seja tão excitante como a que eu posso lhe proporcionar.

Alfonso analisou a proposta por algumas horas, e finalmente o que sempre quis havia aparecido. 

Ele deixou o exército, no começo era difícil aceitar a ideia de que mataria alguém. Mas ao lembrar de que as pessoas que matava eram tão sujas e cruéis como o padrasto que um dia teve, tudo se tornou mais fácil.

E foi assim que a vida deles no mundo do crime começou, e eles tinham uma vantagem. Alfonso, assim como Anahí, não tinham nada a perder.

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