Alfonso se aproximou da cama, Anahí estava dormindo de peito para cima. Ele passou os olhos por ela, o rosto, agora sereno, estava tranquilo, sem nenhuma dor. Os olhos azuis que em tantas vezes ele se perdeu estavam fechados, e graças a Deus, era somente porque ela dormia. Pensar que algo pior poderia ter acontecido a ela fez com que seu peito apertasse e ele se sentiu um menino, louco para chorar, mas não o fez. Ele respirou fundo, continuando com o tour, agora passando os olhos por seus lábios, os lábios, ele sentia tanta falta... Por que, Anahí? Era tão difícil ter feito com que tudo tivesse dado certo? Ele já se cansou com essas perguntas, e sempre o destino acabava lhe dando a mesma resposta.
Descendo os olhos, ele olhou seu colo, indo até o ombro e vendo o médio curativo que se encontrava ali, a pele agora limpa de sangue era um alivio ver. Mais abaixo, os olhos chegaram aos seios, agora coberto apenas pelo sutiã cor de vinho, realçando a pele alva dela. A barriga lisa, e então a calça jeans que lhe impedia de ver todo o resto que lhe enlouquecia. Ele se aproximou ainda mais, pegando o cobertor e lhe cobriu até acima dos seios. Ela se remexeu, mas não acordou. Alfonso sentou-se ao seu lado na cama, e ficou ali, velando seu sono por quanto tempo precisasse.
Minutos depois, uma empregada bateu no quarto anunciando a entrada. Quando ela entrou carregando uma bandeja com a alimentação de Anahí, Alfonso a mandou colocar sobre a mesa, próximo a cama. Ao lado do prato, os medicamentos que o médico havia receitado. Ela se foi, e ele continuou deitado ao lado de Anahí.
Horas depois, ela deu os primeiros sinais de despertar. Alfonso se ajeitou sobre a cama, sentando, e ela abriu os olhos lentamente. Logo sentiu a pontada no ombro esquerdo. Gemeu, e ele se aproximou preocupado.
Alfonso: Não se mexa muito. –avisou, mais como um pedido. Ele sentia dor cada vez que a via sofrer daquele jeito-
Anahí: Oh, droga! –gemeu se ajeitando sobre a cama- O que aconteceu? –perguntou atordoada, olhando ao seu redor, reconhecendo o quarto-
Alfonso: Eu esperava que você me dissesse isso. –sorriu a encarando- Depois que você foi atingida, trouxemos você para cá, e o médico tirou a bala de seu ombro. Não foi nada grave, mas ele recomendou repouso. –disse num suspiro, e via ela alheia em seus pensamentos, tentando lembrar do que ele dizia, mas tudo que ela se lembrava conscientemente, era de entrar com ele a carregando no hotel, ainda na Bélgica- Anahí, o que aconteceu? –devolveu a pergunta, segundos depois-
Anahí: Como o que aconteceu? –perguntou imóvel sobre a cama, qualquer movimento parecia que seu ombro se rasgaria- Eu avisei você, e você me ignorou. –respondeu ofendida. Como ele suspeitava, era culpado-
Alfonso: Mas como? Por que? –perguntou confuso- Não há motivos para ele me matar. Como você queria que eu acreditasse nisso? Por que James me quer morto?
Porque até ele sabe que eu morreria se algo acontecesse a você, seu idiota.
Ela pensou em dizer, mas ela mesmo se negava a esse pensamento. Ficou calada por alguns segundos, respirando fundo, quando finalmente resolveu responder.
Anahí: Porque ele está com raiva, lembrou que não matei você quando ele mandou, e agora iria fazer isso. –mentiu, ele ainda a encarava confuso- Ele quer atingir Richard, Alfonso. Você é o melhor atirador dele! –tentou mais uma vez, e agora ele pareceu se convencer-
Alfonso: Ok, -suspirou- Não se mexa... –falou novamente, vendo ela tentar se levantar-
Anahí: Eu preciso tomar banho, comer... –respondeu ultrajada- Como vou fazer tudo isso sem me mexer? Parece que tem um elefante sobre meu ombro. –falou dengosa, sentindo uma fisgada de dor ao tentar se levantar outra vez-
Alfonso: É por isso que eu estou aqui. -ele se levantou da cama, dando a volta e ficando em pé ao lado dela- Lhe ajudarei com isso.
Anahí: Vai me dar banho? –perguntou erguendo uma das sobrancelhas-
Alfonso: Claro Anahí. –respondeu óbvio- Quem você pensa que eu sou? Sei reconhecer quando mando mal. –suspirou, se erguendo cuidadosamente e a pegando nos braços-
Anahí: Está fazendo isso apenas por consciência pesada? –perguntou o ajudando a carrega-la-
Alfonso: Claro, por que mais seria? –devolveu. Não queria falar disso, era duro mentir quando o que mais queria era beijá-la e agradecer por tudo que havia feito, mesmo sem conseguir entender por quê- Agora, cale a boca, fique quieta e apenas me deixe fazer o que devo.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Criminal Love.
FanfictionDiversos motivos levaram Anahí e Alfonso para o mundo do crime, porém, apenas um os levaram para o mesmo caminho. E não foi o amor. O amor é ar fresco, é paz, é calor, é felicidade. Amor é sorriso, suspiro, sonho. Amar é se sentir bem, é estar bem...