Alfonso saiu do quarto de Anahí e ao contrário do que ela imaginava, ele foi para um quarto desocupado. Precisava ficar sozinho, colocar as ideias em ordem, e de um demorado banho frio.
Durante o banho, as imagens dela excitada em seus braços vieram, e ele se condenou por ter deixado se levar tão longe. Ele poderia ter a machucado ainda mais, e ele nunca se perdoaria por isso. E agora, pensando mais lucidamente, seria uma imensa loucura se envolver com ela outra vez. Será que não bastou toda a destruição que ela causou em seus sentimentos? Anahí não era uma mulher de sentimentos, o tempo lhe mostrou isso, por mais que ainda a quisesse com todas as suas forças.
No dia seguinte, ele apenas apareceu para lhe entregar o café da manhã e para que ela tomasse seu remédio outra vez. Ela olhou a bandeja, lotada de coisas, e seu suco de framboesa. Depois de tanto tempo e de tantas coisas que houveram entre eles, ele ainda se lembrava. E o clima entre eles estava... Desconfortável. Eles não se encararam por nenhum momento, e tampouco Alfonso a ajudou a comer. Ele saiu assim que ela tomou o remédio, avisando que logo viriam pegar a bandeja do café.
Ela comeu sozinha, e quando acabou, se sentiu mais sozinha ainda. O braço agora estava apenas dolorido e a tipoia ajudava com que ele permanecesse imobilizado. Já era quase meio dia, e a única visita que ela recebia era das empregadas com lanches e vitaminas a mando de Alfonso.
Ela nunca precisou de ninguém, isso é verdade. Mas ali, impotente em cima daquela cama, uma enorme solidão se apossou de seu peito, a fazendo arfar. Ela nunca havia se sentindo tão sozinha em toda a sua vida, desde a morte de seus pais. E aquela solidão lhe dava vontade de chorar, como uma menina medrosa, como a menina medrosa que nunca fora. Um medo enorme começava a invadi-la, será que seria assim para o resto da vida? Nessa enorme solidão?
Quando foi a tarde, ela olhou para o lado e viu seu celular. Imediatamente ela discou o numero que tinha em sua memoria.
- Alô?
Anahí: Mai, sou eu. -falou chorosa. Quem a visse naquele momento, jamais a assemelharia a Anahí forte e destemida que ela sempre fora-
Maite: Anahí, graças a Deus. -falou num suspiro- Como você está? O que aconteceu? Você me deixou sem noticias, eu estou em Mônaco, não consegui descobrir nada com James.
Anahí: Deu tudo certo, a não ser pela bala em meu ombro que já foi retirada.
Maite: O que? -perguntou nervosa-
Anahí: Já está tudo bem. Consegui chegar a tempo. -tranquilizou- Maite...
Maite: O que foi? -perguntou preocupada-
Anahí: Eu estou me sentindo tão sozinha. -a voz estava embargada, mas ela se proibia deixar descer mais uma lágrima se quer-
Maite: Oh Any, -falou desanimada- Queria muito poder estar com você. Mas é arriscado nos vermos ainda.
Anahí: Eu sei. -falou num suspiro- Não se preocupe, eu vou ficar bem. É bom falar com você.
Maite: Ligue sempre que precisar.
Anahí: Obrigada. Vou deixá-la resolver seus casos... -disse num riso- Até mais. -se despediu, e logo ambas desligaram-Ela tinha tanta saudade da Anahí que um dia fora. Que vivia matando vermes e pegando diamantes e milhões de dólares. A Anahí que nunca se sentia sozinha, e tampouco sentia vontade de chorar.
Após a ligação, ela se levantou. Não iria mais depender de ninguém. Ela viveu mais de dez anos sozinha. Não seria agora que seria dependente.
Ela foi ao banheiro e lá tomou um demorado banho na banheira, onde não precisava muito utilizar o braço esquerdo. Quando o banho acabou era final de tarde. Ela estava com um roupão branco, com o braço bom secando os cabelos com uma toalha, quando invadiram seu quarto.
Alfonso: Anahí, o que está fazendo? -perguntou assustado, e ela o olhou confusa-
Anahí: Secando meus cabelos? -respondeu obvia-
Alfonso: Você não pode... -falou indo até ela e lhe tomando a toalha- Como tomou banho sozinha? Poderia ter se machucado!
Anahí: Mas não me machuquei. -respondeu, tomando-lhe a toalha de volta e indo para o outro lado da cama-
Alfonso: Fique quieta, eu lhe ajudo. -falou, e se direcionou na direção dela-
Anahí: Não, Alfonso. - parou, antes que ele se aproximasse- Como você está vendo, eu já consigo tomar banho sozinha, e não precisa mais você ficar se preocupando a toa. Libere-se disso, você não me deve nada. -disse séria, virando as costas para ele e sentando-se sobre a cama-
Alfonso: Anahí... -ele ia insistir, mas ela o interrompeu outra vez-
Anahí: Obrigada Alfonso, mas é melhor assim. -falou mais alto que ele- Você pode ir agora. Eu já estou bem.
Alfonso: Tudo bem.-respondeu- Mas se precisar de algo, é só chamar. -falou e ela apenas assentiu,para que ele logo saísse-
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Criminal Love.
FanfictionDiversos motivos levaram Anahí e Alfonso para o mundo do crime, porém, apenas um os levaram para o mesmo caminho. E não foi o amor. O amor é ar fresco, é paz, é calor, é felicidade. Amor é sorriso, suspiro, sonho. Amar é se sentir bem, é estar bem...