Capítulo 48

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Anahí não perdeu mais tempo pensando em seu quarto na mansão de Richard. Sem avisar ninguém, ela se arrumou e saiu para o aeroporto pegando o primeiro avião para a Bélgica. A viagem seria longa, mas o fuso horário lhe ajudaria e ela conseguiria chegar a tempo. Ela nunca acreditou que existisse um Deus, mas naquele momento, tudo que ela pedia era que ele lhe provasse sua existência divina e a fizesse impedir de algo acontecesse a Alfonso. 

Era quase meio dia no fuso horário da Bélgica quando ela desembarcou em Lovaina. Ela não se preocupou em achar Alfonso, precisava primeiro achar os homens mandados por James, achando eles, ela conseguiria impedir o que quer que eles estivessem planejando contra Alfonso.

Era bom se sentir livre de novo. Era bom sentir a adrenalina em suas veias, correndo. Mas havia o medo, se ela falhasse, Alfonso morreria, e ela não estava pronta para lidar com isso.

Quase no final da tarde, ela andava pelas ruas da cidade com seu sobretudo combatendo o frio e suas amáveis botas de cano longo. Após alguns telefonemas a Maite, elas conseguiram encontrar quem James havia mandado para o caso. Anahí o encontrou, ele estava escondido em um beco próximo a uma rua movimentada no centro de Lovaina. Ela o observou e viu que ele olhava atentamente para a entrada de um luxuoso hotel.

Ela não teve tempo para pensar. Quando seguiu seu olhar novamente, viu Alfonso e os outros chegando e saindo de seus carros. Ela viu o atirador se posicionar, e a raiva lhe invadiu. Como ela suspeitava, James era um covarde, mandou atirar nas costas de Alfonso, na direção do peito para que não houvesse outra tentativa.

Ela correu, correu até Alfonso, querendo lhe avisar, mandá-lo entrar. Mas então, ouviram-se o disparo, e ela já estava próxima. A única coisa que conseguiu fazer, foi se meter na frente do tiro, ficando de costas para as costas de Alfonso.

Quando as pernas perderam as forças, Alfonso já havia virado para lhe segurar e impedir que não chegasse ao chão. A dor parecia impiedosa, ela olhou para Alfonso, e ele tinha seus lindos olhos esverdeados dilatados, completamente assustado, como se visse um fantasma.

O tumulto de gente começava ao redor deles, Christopher rapidamente ligou para Richard. Alfonso viu a mancha de sangue ficar cada vez maior na blusa fina e no sobretudo bege que ela usava.

Alfonso: Anahí! –falou sem conseguir pensar em qualquer coisa- O que você está fazendo aqui?

Anahí: Eu disse que James iria te matar, você não acreditou em mim, seu imbecil. –gemeu, sentindo o lado esquerdo do seu corpo inteiro latejar. O ombro doía, o peito, o braço, tudo parecia queimar-

Alfonso: Cale a boca. –pediu vendo ela gemer de dor- Fique quieta pelo amor de Deus.

Alfonso não sabia o que fazer, muito menos identificar o que estava sentindo ao vê-la ali, suja de sangue, com dor, correndo risco de vida, e ainda mais, por sua causa. Ele não poderia deixar com que nada acontecesse a ela, mas o que fazer? Hospitais públicos e privados estavam fora de cogitação para todos eles. Precisavam sair dali, ou logo a policia apareceria.

Com ela ainda em seus braços, Alfonso olhou para trás e viu Christopher vindo em sua direção.

Christopher: Alfonso, vamos levá-la para dentro. –falou, e Alfonso a carregou, entrando no hotel, a noite estava congelante e Anahí começava a tremer-

Alfonso: Precisamos de um médico, Christopher! –falou desesperado a vendo de olhos fechados-

Christopher: Já falei com Richard, ele está contratando um helicóptero daqui mesmo para nos levar com Anahí. O médico dele já estará lá quando chegarmos. Fique calmo. –tentou tranquilizar, pedindo o elevador para eles-

Alfonso: É o mínimo que ele pode fazer por ela! –grunhiu trazendo ela para mais perto dele já dentro do elevador, o corpo dela estava gelado e ela continuava tremendo, e o sangue tampouco parava de se espalhar-

Christopher: Vamos torcer para que seja logo, daqui a pouco a gerencia do hotel e a policia virá até aqui. –suspirou, e eles entraram no quarto- Theo está lá para tardar essa visita.

Alfonso a colocou deitada sobre a cama, e ela gritou de dor. Alfonso se desesperou ainda mais, pela primeira vez ele a via daquela forma, a via sentindo dor e ele se sentia como um inútil.

Alfonso: Anahí, calma, já vamos levar você de volta a mansão. –falou baixo próximo ao seu ouvido, passando as mãos levemente por seus cabelos-

Anahí: Alfonso... –ela choramingou se contorcendo sobre a cama, sentindo a dor latejante- Alfonso. –repetiu-

Alfonso: Eu estou aqui, fique quieta por favor. –implorou segurando a mão dela- Meu Deus Anahí, por que você foi fazer isso? –perguntou levando a mão dela até sua testa- Por que?

Ele não ouviu resposta, Anahí mal conseguia ouvir a voz dele, tampouco suas perguntas. A vista ficava pesada cada vez mais, e era cada vez mais difícil se manter consciente.

Alfonso estava ao seu lado na cama, segurando sua mão, quando Christopher avisou que o helicóptero já estava no heliporto do hotel. Theo chegou, e os três levaram Anahí até lá. Theo foi na frente junto com o piloto enquanto Anahí estava deitada no assento detrás, com as pernas sobre Christopher e a cabeça apoiada no colo de Alfonso. E assim, eles partiram. 

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