Capítulo 56

2.5K 174 72
                                        

Era noite e Anahí já jantava junto a todos desde quando se libertou da maldita tipoia. As blusas de mangas compridas eram suas favoritas agora depois da cicatriz. Estavam todos a mesa, Richard na cabeceira, Lauren a sua direita, Anahí a esquerda, Alfonso ao lado de Lauren, Dulce e Christopher que acabaram de chegar de viagem, ao lado de Anahí.

Estavam em silêncio, a refeição já estava no fim, quando Theo e Paul apareceram, chegando de uma missão.

Paul: Boa noite a todos! –cumprimentou, sentando-se a mesa, junto com Theo-

Richard: Que bom vê-los de volta. –respondeu- Já faria mês desde o dia que partiram.

Theo: Sim, demoramos, mas foi tudo executado com sucesso.

Paul: Anahí, vejo que já está inteira novamente! –comentou, a encarando-

Anahí: Pronta para outra meu caro. –respondeu sorridente-

Paul: Que ótimo, é bom vê-la disposta outra vez. –falou malicioso e ela riu. Alfonso se manteve quieto, o maxilar trancado mostrava o quanto tenso estava seu corpo-

Dulce: Paul, você não cansa de ser sem vergonha? –perguntou como se fosse algo sério-

Paul: Dulce, você já transou com Anahí? –perguntou, e Dulce lhe mandou uma careta como resposta- Obvio, se vê que não. –continuou sorrindo- Não há como se cansar, nunca. –completou, piscando para Anahí, que ria gostosamente-

Dulce: Cale a boca, seu cretino. –mandou, mas logo riu também. Fazendo com que todos rissem. Alfonso se manteve sério-

Anahí: Com licença, eu vou me retirar! –falou após alguns segundos, levantando-se- Paul, passe no meu quarto, eu preciso tratar de um assunto com você. –falou antes de virar-se para sair-

Paul: Claro, me deixe só recarregar as energias. –respondeu, ainda terminando seu jantar-

Logo todos, aos poucos foram saindo da mesa e se recolhendo em suas suítes. Alfonso permaneceu a mesa, conversava com Theo, enquanto ele e Paul terminavam o jantar atrasado.

Paul: Com licença senhores. -falou se levantando- Alguém me espera. –sorriu cínico. Theo balançou a cabeça sorrindo e Alfonso o ignorou com um suspiro-

Quando Paul entrou no quarto de Anahí após as duas batidas na porta, ela já estava deitada sobre a cama, sonolenta.

Anahí: Você demorou. –resmungou enquanto ele se aproximava-

Paul: Me perdoe. –pediu, deitando sobre ela e beijando seu rosto, chegando a boca, mas ela desviou-

Anahí: Não Paul, hoje não! –falou firme, vendo ele se erguer-

Paul: E então o que você quer? –perguntou desanimado-

Anahí: Quero que seja meu par no casamento de Dulce e Christopher. –falou ainda com a voz rouca pelo sono, o encarando-

Paul: Só isso? –perguntou, e ela assentiu- Tudo bem. –falou num suspiro- Se não me quer para mais nada, irei para o meu quarto. –falou indo até a porta- Você sabe o caminho, caso mude de ideia. –avisou, fechando a porta assim que passou por ela-

Quando Alfonso subiu aquela noite, o corredor dos quartos estava vazio e silencioso. Ele olhou a porta do quarto de Anahí, e suspirou frustrado ao imaginar ela lá dentro junto com Paul, e entrou em seu quarto, encontrando uma Lauren já adormecida.

Mais alguns dias se passaram na mansão, e tudo parecia estar no mesmo. Faltavam dois dias para o casamento de Dulce e Christopher, e Dulce estava deixando a mansão inteira de pernas para o ar. No dia seguinte a noite, todos viajariam para Nova York, e até mesmo Richard, depois de muita insistência, decidiu que iria.

Era noite, e todos já haviam jantado e estavam reunidos na sala de estar. Após o jantar Anahí subiu para seu quarto, mais uma vez a fim de evitar ver Alfonso e Lauren juntos, afinal, o que os olhos não veem... Enfim. Ela estava em seu quarto, quando decidiu que iria amanhã mesmo para Nova York, e ficar em seu apartamento até o dia do casamento. Teria que avisar Dulce, e dizer que estaria lá para ajuda-la no que precisar. Ela desceu, lembrando que Dulce viajaria pela manhã, e seria impossível de vê-la.

Quando ela chegou no andar de baixo, foi caminhando até a sala onde todos estavam. E quanto mais ela se aproximava, mais audível ficava a conversa entre eles.

Dulce: Vamos pela manhã, por causa da equipe de limpeza, e para resolver sobre decoração, buffet... –falava num tom animado- Temos tantas coisas para fazer, mas valerá a pena. –completou, olhando para Christopher ao seu lado, que lhe sorria-

Pedro: Ainda acho que dá para desistir. –brincou-

Lauren: Dulce, não ligue para eles. É tudo inveja. –defendeu-

Pedro: Oh, não vai me dizer que o próximo será o de vocês! –falou como se estivesse surpreso, olhando para Lauren e Alfonso-

Anahí estancou antes de chegar a porta. A imagem de Alfonso se casando com Lauren a fez tremer.

Christopher: E por que não? Eu aposto que depois do nosso, vão ficar morrendo de vontade de se casar também. -disse rindo-

Lauren balançou a cabeça rindo, e Alfonso sorriu sem graça. Aquilo era um absurdo, ele nunca pensou em se casar. Não com Lauren.

Ele olhou para a porta, e viu um vulto sair a passos rápidos em direção a escada. Todos estavam muito entretidos na conversa e ele pediu licença, indo ver o que acontecia. Algo lhe dizia que não era algo bom.

Quando ele saiu da sala, ele identificou Anahí. Mas ela já estava no segundo andar, andando apressada. Impulsivamente ele subiu atrás dela, mas quando chegou no corredor dos quartos, não havia ninguém.

Quando Anahí entrou em seu quarto, era como se tivesse um bicho dentro de seu peito, a rasgando por dentro. Doía, fazendo com que seu peito arfasse e ela ficasse ofegante apenas com isso. Ela passou a mão no peito, como se fosse arrancá-lo, e depois enfiou os dedos nos cabelos, Deus, estava enlouquecendo.

Ela queria gritar, arrancar o próprio coração e jogá-lo fora se fosse possível. O estômago embrulhava. Ela foi até a penteadeira, pegando um pequeno vaso que havia lá e o arremessando contra a parede. Pareceu aliviar. Foi até a cama, no criado mudo e arremessou o abajur também. Ela quebraria aquele quarto inteiro se fosse preciso para que aquela dor passasse.

Do corredor, Alfonso ouviu os cacos de vidros contra o chão, e correu até o quarto de Anahí. Quando abriu a porta, por pouco um perfume não era quebrado em seu rosto. Ele a olhou, e ela estava descontrolada como um leão enjaulado, andando de um canto para o outro. As mãos quase arrancando os cabelos. Ela ofegava, e ele se preocupou.

Alfonso: Anahí, o que há? –perguntou fechando a porta-

Ela não o respondeu, o rosto dela tinha as sobrancelhas franzidas, como se algo a machucasse. Ela grunhia, procurando desesperada algo que pudesse arremessar.

Alfonso: O que está acontecendo com você, Anahí? –perguntou olhando para o chão do quarto coberto de vidros e coisas quebradas. Ela o ignorou outra vez. O peito dela subia e descia, enquanto grunhia e arfava. O bicho dentro dela a maltratava sem dó- Contra o que você está lutando? –perguntou outra vez, agora num tom mais alto, receoso que ela não estivesse o ouvindo. E ela virou-se para ele-

Anahí: EU AMO VOCÊ. –gritou- 

Criminal Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora