Anahí só conseguiu, tomar consciência de tudo que estava acontecendo, quando chegou a mansão, horas depois de ter pegado o primeiro voo de Paris a Las Vegas.
Estavam todos na sala, havia um Christopher agoniado passando as mãos pelo rosto mostrando todo seu desespero com as palavras que Richard gritava naquela sala e com toda a situação em si. Havia Dulce sentada ao seu lado, tentando lhe acalmar, havia uma Lauren ao lado de Richard, com o olhar preocupado, e um Paul jogado em uma poltrona, totalmente indiferente a tudo.
Richard: São anos, anos fazendo isso... –gritava a todos que estavam naquela sala- E nunca, eu disse NUNCA, isso aconteceu. –grunhindo entre os dentes- Como é que agora vocês deixam isso acontecer?
Ele começou o sermão que sinceramente, Anahí não estava nem um pouco disposta a ouvir. Ela subiu as escadas, entrando em seu quarto e se trancando lá. Ela estava perdida, completamente perdida sem Alfonso.
Ela não podia negar tudo que havia acontecido a ela. Tudo que perdeu por conta da polícia. A boa e leal policia americana que tiraram a vida de seus pais, que não faziam mal nem a uma mosca. Eles simplesmente entraram em sua casa, naquela noite chuvosa, e atiraram para todos os cantos. Ela lembrava nitidamente quando ela, escondida dentro do guarda-roupas ouviu aquele som estrondoso de tiros, o grito da mãe, e o silêncio que veio depois dele.
Eles lhe roubaram a vida que tinha quando ela ainda era uma criança, e levaram as duas e únicas pessoas que ela tinha no mundo. Não satisfeitos em destruírem tudo que ela tinha, agora, quando já estava crescida e supostamente superado tudo, eles voltavam e levavam o único homem que ela amou na vida. O único homem que foi capaz de fazê-la amar.
Horas depois, ela resolveu descer outra vez, e não ouviu mais nenhum grito de Richard. Ela caminhou até o escritório dele, o encontrando lá, sozinho.
Anahí: Richard... –entrou, sem nem ao menos esperar ele lhe autorizar- Por favor, por tudo que é mais sagrado. –ela tinha um nó na garganta, não controlou as lágrimas e se entregou a elas. Se entregando também ao desespero e se ajoelhou ao lado dele- Não abandone Alfonso. –implorou- Não o deixe lá, eu te peço. Por favor. –ela chorava, na cena mais humilhante de toda a sua vida-
Richard: Anahí, levante-se pelo amor de Deus. –pediu a puxando e ela se levantou- E nunca mais faça isso a ninguém, está ouvindo? A ninguém. –mandou a levando até a cadeira em frente a sua mesa, que sem saída, sentou- Se acalme. –pediu ao ver os soluços descontrolados que ela soltava. E quando ela pareceu mais calma, ele voltou a falar- Eu jamais abandonaria Alfonso nessa situação. –respondeu- Por mais desgraçada que ela seja. –suspirou-
Anahí: Richard, ele não teve culpa, eu tenho certeza disso. Deve ter sido James! –falava desesperada- Você sabe como todos nós somos cuidadosos.
Richard: Sim, eu sei. –falou em mais um suspiro- Mas não se preocupe, eu já mandei Lauren entrar em contato com um dos melhores advogados criminais do país. Ele já está estudando o caso.
Dito isto, ela suspirou o encarando, secando as lágrimas que desceram por seu rosto e lhe agradeceu.
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Dias depois, e nada havia melhorado o humor de Anahí. Ela nem ao menos conseguiu falar com Alfonso, uma vez que a vigilância total estava sobre ele, e isso não permitiu com que um celular fosse posto em suas mãos. Ela temia nunca mais vê-lo, e a cada dia, o julgamento dele se aproximava.
Richard a havia chamado em seu escritório naquele dia.
Richard: Anahí. –disse com um tom cauteloso- O julgamento já é daqui a alguns dias e o Dr. Henry está muito desacreditado que Alfonso possa ser livre. –falou e ela imediatamente lhe mandou um olhar assustado- Ele disse que está sendo complicado. Alfonso foi pego em flagrante. –suspirou- E o que se pode fazer é tentar diminuir a pena, recorrer. Mas mesmo assim...
E Anahí não ouvia mais nada.
Parecia que tudo estava sem som. Não podia ser. Como ela viveria sem Alfonso? Como ela passaria anos sem vê-lo depois de tudo? Tudo bem que ela não era nenhuma Madre Teresa, ela sabia bem disso. Já havia matado sim, mas nunca matou nenhum inocente. Era uma pecadora, assumia isso, principalmente pelo fato de nunca acreditar fielmente na existência de Deus. Mas o que será que havia feito, de tão grave para merecer aquilo?
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Tudo estava muito silencioso na mansão naquele dia, Richard estava trancado no escritório desde o café da manhã e Anahí se pudesse, nem ao menos sairia daquele quarto, depois da noite horrorosa que tivera de pesadelos e insônias, assim como nas noites anteriores. Nem mesmo conseguia pensar direito com tudo que estava acontecendo. Sentia o coração fraco e dolorido. Chorar já nem a surpreendia mais.
Era o dia do julgamento de Alfonso.
Ela foi até a sala, atrás de algum lugar, que não fosse seu quarto, que fosse calmo o suficiente para lhe trazer um pouco de sossego, mesmo que seja por alguns segundos.
Porém, apesar do silêncio, a sala não estava vazia, e ela só percebeu quando ouviu as vozes. Ela olhou pela brecha da porta e viu Dulce e Christopher. Ela suspirou vendo os dois juntos e por inevitavelmente ter lembrado de Alfonso, o seu Alfonso.
Ela já estava indo embora, quando os escutou, baixinho.
Dulce: Ela precisa saber Christopher! –disse num sussurro, sentado ao lado dele-
Christopher: Meu amor, por favor! –respondeu- Eu não sei se isto é real. E além do mais... –ele pausou, respirando fundo- No que isso adiantaria? Não mudaria em nada.
Dulce: Mas você precisa dizer! –insistiu- Eu não gosto nem de imaginar, mas... –suspirou- Se fosse com você Christopher, eu iria querer saber! Se eu estivesse no lugar de Anahí, eu iria querer saber de tudo!
E nesse exato momento, ela avançou sobre a porta, invadindo a sala.
Anahí: Você está certa, Dulce! –os interrompeu- Eu quero saber de tudo, de tudo Christopher! –disse séria- E Dulce, me perdoe, mas ou você me conta... –disse encarando Christopher- Ou você, -mudou o olhar frio para a amiga- Será viúva. –completou e Dulce encarou Christopher com um suspiro- Vamos, digam de uma vez!
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Criminal Love.
FanfictionDiversos motivos levaram Anahí e Alfonso para o mundo do crime, porém, apenas um os levaram para o mesmo caminho. E não foi o amor. O amor é ar fresco, é paz, é calor, é felicidade. Amor é sorriso, suspiro, sonho. Amar é se sentir bem, é estar bem...