No dia seguinte, era cedo ainda quando Anahí resolveu descer para o café da manhã. A madrugada não havia sido nem um pouco bondosa com ela, passara acordada a maior parte das horas, a fazendo rolar inquieta de um lado para outro na enorme cama.
Anahí: Vejam só quem está aqui. -disse entrando na sala de jantar e olhando para a mesa de café da manhã- A mosca morta. -completou, vendo apenas Lauren sentada a mesa, que a ignorou- Foi só eu me ausentar para você colocar as asinhas de fora? -perguntou debochada, sentando-se de frente para ela-
Lauren: Anahí, eu não vou entrar no seu jogo. -respondeu após um gole de seu café-
Anahí: Ah, não? -perguntou fazendo um bico- Que pena. -suspirou, se fingiu de triste- Eu adoro jogar.
Lauren permaneceu calada, e Anahí pareceu se concentrar nas diversas opções de comidas que haviam sobre a mesa farta. Passaram-se minutos em silêncio, apenas as duas.
Anahí: Onde está Alfonso? -perguntou-
Lauren: Dormindo, ele estava cansado, não quis acordá-lo. -respondeu num suspiro-
Anahí: Suponho que tenham passado a noite juntos. -perguntou, querendo mais confirmar suas suposições do que qualquer outra coisa. Lauren apenas assentiu, a olhando confusa, esperando- Sabe, quando passávamos a noite juntos, dificilmente conseguia acordar tão cedo como você acordou hoje. -jogou maliciosa, bebendo um gole do seu suco de framboesa-
Lauren: Eu já disse Anahí, não perca seu tempo com isso. -falou por fim, levantando-se- Com licença.
Anahí sorriu enquanto ela se afastava. O sorriso estava em seu rosto, mas só ela sabia a tortura que havia sido imaginar Alfonso com outra, juntos na cama. Logo Dulce e Christopher desceram e depois Richard, juntando-se a eles.
Anahí: Richard, eu não vou conseguir ficar muito tempo aqui parada. -avisou-
Richard: Mas terá que ficar Anahí, ainda é perigoso você sair. -respondeu, e ela bufou irritada- Christopher, vá ao meu escritório depois. -avisou, levantando para deixar a mesa-
Minutos depois, Anahí viu Richard se trancar no escritório junto com Christopher, Lauren e Theo que desceu logo depois. Ela se levantou da mesa, subindo as escadas novamente, ela iria para seu quarto. Mas algo a fez mudar de ideia.
Com um sorriso malicioso nos lábios, ela caminhou até a porta do quarto de Alfonso, entrando silenciosamente. A cama estava desarrumada e vazia, ela ouviu o chuveiro ligado e a porta do banheiro entreaberta. Ela caminhou até a cama olhando os lençóis com desdém, olhou para a porta do banheiro novamente e ouviu o chuveiro desligar. Olhou para o outro lado do quarto e assim como todos os outros, havia um sofá. Ela caminhou até ele, deitando-se. Após alguns segundos, Alfonso saiu do banheiro, os cabelos molhados e a toalha enrolada em seu quadril. Anahí mordeu o lábio o vendo daquele jeito, ele ainda não havia a visto, apenas quando se direcionou até sua mala, ainda não desfeita próximo a cama, que ele a viu. Os olhares de cruzaram e Alfonso suspirou arrasado por tudo não ter sido um enorme pesadelo.
Alfonso: O que diabos você está fazendo aqui? -perguntou sério-
Anahí: Sabe, eu deitaria na cama se não soubesse que você dormiu nela com a mosca morta. -disse tranquila-
Alfonso: Não a chame assim. -falou se controlando, sem paciência- Saia daqui, agora! -gritou-
Anahí: Oh, amor. Você está tão mal humorado. Eu sabia que aquela mosca morta não conseguiria te satisfazer. -provocou mordendo seu próprio lábio inferior, sentando-se no sofá e indo até ele-
Alfonso: Quando você vai entender que eu não terei mais nada com você? -perguntou impaciente-
Anahí o ignorou. Ele virou as costas para ela, enfiando os dedos nos cabelos. Ela se aproximou, tocando suas costas e braços. A pele dele estava fria pelo banho, o cheiro do pós barba quase a enlouquecendo. Ela aproximou sua boca dele, passando ela suavemente por suas costas, sentiu a respiração dele pesar e continuou.
Anahí: Por que você insiste em dizer o contrario do que o seu corpo quer? -sussurrou, passando a língua pela pele dele, se erguendo e ficando na ponta dos pés para lhe beijar a nuca- Eu duvido que aquela sem sal faça você se sentir assim.
Alfonso tinha os olhos fechados sentindo os demônios que Anahí trazia ao seu corpo. Ela não tinha o direito de fazer isso, não podia dominá-lo daquela forma, ele não permitiria mais. Nunca mais.
Ele se virou, a segurando com força pelos braços, a parando.
Alfonso: Chega Anahí! -grunhiu furioso- Saia daqui.
Anahí: Eu não posso acreditar! -disse num riso irônico- Você vem me ignorando por causa dela? Por causa daquela mosca morta? -perguntou incrédula- Alfonso, ela é tão sem graça. -falava indignada. Ele continuava a segurando pelos braços, cada vez com mais força. Os olhos fixos nos dela- Ela não é para você. -gritou, por ultimo, tentando se soltar-
Alfonso: E quem é para mim, Anahí? -gritou de volta- Você? -perguntou agora com um riso- Eu acho que não, não é? -ele a soltou, e devido a força ela caiu de volta no sofá- Pode dizer o que quiser. Para mim, ela é muito mais interessante do que você. -disparou, e ela o olhou chocada. Alfonso sabia que mexer com o ego dela era um triunfo-
Anahí: Você só pode estar cego. -disse sorrindo fraca, ainda caída sobre o sofá-
Alfonso: Não, eu nunca enxerguei tão bem em toda a minha vida. -ele falou, caminhando até a porta e abrindo-a. Não era só um convite, ele estava mandando com que ela saísse de vez do seu quarto-
Anahí se levantou irritada, saindo do quarto. Alfonso fechou a porta com força assim que ela passou por ela, respirando fundo.
Realmente, os dias que virão não serão nada fáceis.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Criminal Love.
Hayran KurguDiversos motivos levaram Anahí e Alfonso para o mundo do crime, porém, apenas um os levaram para o mesmo caminho. E não foi o amor. O amor é ar fresco, é paz, é calor, é felicidade. Amor é sorriso, suspiro, sonho. Amar é se sentir bem, é estar bem...