- Mentira - repetiu deixando as lágrimas escorrerem.
- Deixe de ser a menininha indefesa que ainda acredita em contos de fadas, eles não existem muito menos o príncipe encantado que vem montado em um cavalo branco em busca de sua donzela. - ponderou.
- Lhe dá prazer destruir o sonho dos outros?
- Apenas não quero que continue sendo a menina mimada que era. Chegou a hora de conhecer o mundo Anahí. - avoz de Guilherme era aspera e não demonstrava nenhum ressentimento, ele clareou a garganta e encarou a sobrinha - Abrir os olhos e ver que seu pai não era o herói que julgava ser, e que sua mãe era a que mais sofria com tudo, tendo de ficar calada e demonstrar felicidade sempre, mesmo querendo chorar por conta das dividas.- acusou com arrogância.
Entrou sorridente com a prova nas mãos, e chocou-se ao encontrar a mão chorosa sobre a cama com alguns papéis a sua frente. Thalia rapidamente juntou-os e enxugou as lágrimas.
- O que houve mamãe?
- Nada meu anjo. Conte-me como foi na escola hoje? O que é isso?
- Tem certeza? Discutiu com o papai outra vez?
- Não se preocupe minha vida, deixe-me ver isso. - olhou orgulhosa a nota da filha - Parabéns meu amor, que maravilha! - a abraçou - Tenho certeza que foi a melhor nota. Eres meu maior orgulho meu pedacinho do céu.
- E precisa ser de uma forma tão drástica?
- Amanhã você volta para o mundo real Anahí. – ele alertou, suspirou - Vai encontrar pessoas que irão te olhar torto, com desprezo, pena, ter preconceito por estar em uma cadeira de rodas. – gesticulou com a cabeça apontando para a sobrinha, Anahí apenas observava o tio controlando sua respiração, estava completamente irritada com tudo o que ouvia - Não pense que sua vida será a mesma daqui pra frente.
- Nunca mais será a mesma, pois eu morri junto com meus pais, aqui há somente um corpo sem vida, sem nada. – rebateu rispidamente, dando de ombros. - Restou uma pessoa amarga e revoltada com o mundo. Nem de longe sou aquela menininha sorridente titio - disse rindo ironicamente ao final - aqui há apenas rancor, ódio, revolta. Sou uma arvore seca, como o senhor.- apontou para o tio que soltou um riso pelo nariz.
- Talvez seja melhor assim. – respondeu com desdém, o que bastou para aumentar a ira de Anahí.
- A você convém que seja assim. – ergueu o tom de voz, cerrando as mãos em punho.
- A mim convém que minha única sobrinha e parente viva seja forte para enfrentar o mundo lá fora e vença na vida. – ele ergueu mais o tom de voz, bronqueando - Eu gosto de você Anahí, do meu jeito, mas eu gosto. – confessou quase em um sussurro.
- Já posso começar a rir do seu sarcasmo?
- Não há sarcasmo Anahí. – ele soltou o ar pela boca - Acha mesmo que se eu não gostasse de você aceitaria que viesse viver comigo?
- Há orfanatos, não foi o que me disse quando ditou as regras desse quartel ao qual o senhor chama de casa? – ela sorriu cínica, empinando o nariz, Guilherme apenas negou balançando a cabeça.
- Eu jamais faria isso, disse apenas para lhe intimidar, foi uma brincadeira.
- Pois toda brincadeira tem um fundo de verdade titio. – mais uma vez foi irônica, Guilherme riu, a sobrinha era exatamente como ele - Não preciso de sua compaixão, posso sobreviver sozinha. O senhor sobrevive assim há anos não é mesmo?
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Love, Anahí
Fiksi PenggemarQual o valor da verdadeira amizade? A popular loira de olhos azuis, que antes arrancava suspiros dos meninos e chamava atenção devido a sua beleza por onde passava, tem o seu brilho ofuscado devido a uma cadeira de rodas. Até o namorado decide que...